7 de dezembro de 2007
Relax.
6 de dezembro de 2007
Ganância.
Nossa capacidade de escolha deve ser executada de forma mais responsável possível. Atitude de homem para outro homem. Não um gotejamento de falsa bondade sem fim. Algo que já não engana nem cego em multidão. Mentira que endurece travesseiro. Bufão com pose de fidalgo. Sociedade corroída pela pose. Falsos líderes dignos de eternidade em masmorra. Dunas de tortura para quem causa outra coisa se não agonia. A fome que há séculos infiltra os espíritos de minha terra é menos da natureza que do homem que a habita. Uma aristocracia política fétida e egoísta. Capaz de acumular bocado sobre bocado a custa daqueles que não têm migalhas para hoje. Jovens que sob a sombra de seus pais comportam-se como estúpidos em cortes que já não existem. Agem como néscios pensando-se soberanos. Soberanos de fossas, isso que são. Pois de sua riqueza é gerada a fatiga na alma de tantos outros. Riqueza infinita regalada para tantos, usufruto derradeiro de poucos.
A usura daquilo que não lhes pertence afeta a existência de outrem. Com absoluto juízo de discernimento tomam a direção mais ambiciosa, mais comodista. Um segundo não lhes cabe para refletir as conseqüências de tão entorpecidas decisões. Caibam as roupas que lhes queiram, vistam-se do ouro que podam comprar, mas as moscas vão lhes buscar as feridas tão pronto estas estejam abertas. Infiltrar sua epiderme como a miséria inundou os anos de existência de suas vítimas. Cearam a cidade, o estado e o país. Desnudaram a nação. Desviaram a virtude dos virtuosos. Ceifaram o porvir de sepultados sem batismo: anjos-santos. Ducados a mais por vidas a menos. Repugnância. Celebrações feitas sobre sangue esgotado, murcho. Bonança sobre ossos-gravetos.
Segue o seco, a corrupção e a ganância. Fodam-se. Não merecem estátuas, não merecem nomes em ruas, avenidas, rodovias e viadutos. Não merecem nomes em prédios. Puros assassinos. Puras legiões antagônicas do ser. Demônios bem vestidos. Gárgulas com mantos de santidade e sapiência. Esconjuros! Que o suplício que causam a cada dia multiplique-se para os seus. À cochinchina com o perdão para aqueles que não o ofereceram.
Oxalá! Quando as estrelas caírem do céu tanto eles como sua descendência sejam malditos, pois deles sofreram muitos. Perecem a cada dia.
31 de outubro de 2007
Breve comentário sobre o papel da URSS na 2ª Guerra.
Não sei se por conta da tradução ou por precipitações da autora, o texto está truncado, com citações desnecessárias e, por outra lado, fazendo referências sem fonte ou citação. O título do texto é chamativo, mas sua leitura sofrível.
Deixando de lado tal problema, dois pontos: URSS e III Reich foram as duas instituições mais assassinas da história. Herr Hitler e camarada Stalin não pensavam nem nos seus quando o assunto era sangue. Por exemplo, o 6ª Exército de Paulus referido pela autora poderia ter continuado a existir caso Hitler tivesse autorizado as solicitações de retiradas feitas por Paulus após este ter visto seus flancos sumirem com a pinça soviética que lhe isolou em Stalingrado. Do lado da URSS, enquanto as nações ocidentais pesavam cada baixa, os túmulos dos caídos do Exército Vermelho eram valas comuns. Quando identificados, dos tenentes para cima, os nomes eram escritos de uma forma que na primeira chuva se apagavam.
O segundo ponto: realmente, independente de ideologia, o Exército Vermelho não tem o reconhecimento merecido de seu quinhão na vitória aliada na visão de muitos. O texto da autora enfrenta isto e mostra o desbalance de divisões em cada fronte. Mas a culpa deste desbalance não é outra senão o temor da Alemanha em ser invadida pelos soviéticos, pois estes arrasavam terra e gente quando se convertiam em invasores. Mas isto tiveram culpa os nazistas, pois eles, ao iniciarem suas incursões ao leste, não foram muito humanos com os civis e não faziam prisioneiros dos soldados derrotados. Era o Diabo temendo o Cramunhão e vice-versa.
Mesmo assim, o Ocidente deveria reconhecer o valor do soldado vermelho e de seu povo, por ter sofrido tanto na mão de Hitler como de Stalin. O que nos dá a obrigação de saber mais daquilo que passou no fronte oriental.
10 de outubro de 2007
Ednardo. Terral. Praia.
23 de setembro de 2007
Borat - Ali G
18 de setembro de 2007
UK + fotos =
Fotografia e Bretanha deu nisso: Landscape photographer of the year awards 2007, no The Guardian. Aliás, solícitos estes moços do jornal britânico. Logo quando saiu Blair e ocupou seu posto Brown, o dito diário fez acompanhar sua edição num domingo um poster com todos primeiros ministros da história de seu parlamentarismo, algo que remonta ao ano de 1721, passando por Spencer e Margarida, Pitt, o velho e o jovem, Chamberlain e Disraeli. Como coloquei antes: todos. Agora tenho estes senhores pregados à minha parede graças a solicitude de sua equipe. Lhes escrevi um correio pedindo informação onde poderia comprar a dita edição, que seria vendida no dia seguinte, na cidade onde resido. A resposta tardou, mas não falhou. Informaram que, "infelizmente", o jornal não é vendido em minha cidade, mas que poderiam enviar-me um cópia do dito documento pelo correio, e pela mensagem, supus que não estavam me cobrando nada por isto. Bem, fiquei a imaginar qual jornal, ou outra empresa de qualquer natureza, no Brasil se prestaria a tal obséquio. Mais um ponto para terra da Margarida.
Bom, anedota descabida de lado, que fotos!
17 de setembro de 2007
Artigo amigo.
Dois meses sem um piu, aqui retorno. Sempre alerta! Assuntos ligados à democracia são bons de se ler e complexos para ser colocado em um contexto isento. Tal dificuldade remonta aos diferentes rumos que um pode dar a palavra "democracia". Em nosso mestrado, a isolação do termo democracia sempre foi exigida quando o debate ia ser com seu peso próximo do tema escolhido. Assim mesmo, fora das paredes acadêmicas, fica fácil expressar e expor idéias sobre democracia, todavia, a substância raras vezes surge: nossos vícios impedem, no cotidiano, utilizar pureza em debates sem pretensão.
Um debate que muitas vezes tem uma pauta alheia, sem tratar daquilo que realmente deve ser buscado em uma democracia, uma de suas substancias em si: o conhecimento do entorno para o maior número de pessoas, e não uma casta. O artigo que vos apresento remete a este escuro que flutua acima de nossas cabeças, que impede e obstruí o além, o desejado para uma conversa. Em uma frase do autor: "the challenge for citizens is to stop these economic entities from being the authors of the rules by which we live." (o desafio para os cidadãos é para estas entidades econômicas de serem autores das regras sob as quais vivemos). Em outras palavras, também defendido pelo autor, não é mais, na verdade nunca foi, que votando e sendo votado erigirá algo ao patamar "democrático". O que vai fazê-lo é a pessoa ser sujeito ativo e passivo também das decisões, e não tão somente endossando um mandato político, que lhes permita guiar, sem ouvidos, a turba. Aliás, me equivoco, ouvem sim, mas um som que ecoa entre paredes de mármore e não suas similares em tijolo seis-furos sem reboco. Se Clausewitz assume a guerra como conseqüência da política, talvez, a democracia contemporânea esteja bem próxima de ser um acessório do mercado, para fundamentar e assegurar suas posições e permitir sua expansão em um globo sem fronteiras.
Artigos como estes: How capitalism is killing democracy, de Robert Reich ou Si j'avais été candidat... de Edgar Morin (pena que já cobram para lê-lo) nos permitem ir além do debate degastado anti-capitalismo, numa busca menos utópica de uma realidade amena para a maioria. O mundo sem fronteiras de John Lennon se demonstra, pena seus habitantes viverem de maneira pior que desejaria o besouro.
20 de julho de 2007
A fazer nada...
Nestes sol, lua, sol... o tempo passa mais rápido que desejo. Uma semana escorre de nossos dedos à velocidade de uma jaguatirica. As doces lembranças do desembarque começam a ficar mais ofuscadas pela distância do fato. Outras se somam e desvalorizam aquelas primeiras. Uma pena, lástima. Sem salas de aulas para visitar, fico a fazer nada. Os livros ainda não me tiveram. Mas chego lá.
Tudo para dizer que, neste fazer nada, o blogue também sofre. Assuntos não me faltam: encontrei uma Fortaleza igual a que deixei 10 meses atrás. Não posso avaliar este fato, mas sei que as obras do empreendimento que me elevei em posts anteriores estão em execução, o que nos faz refletir como ficará o trânsito daquela região quando mais este ode a ganância estiver concluído. Mas a determinação de sentar e escrever sobre este e outros assuntos, por enquanto, não está. Nestes arreios que me prendem, deixo de compartilhar algumas idéias. Estarei de volta.
22 de junho de 2007
Beeb.
Apaixonado pela beeb que sou, lhes coloco esta postagem para afiar o inglês e escutar a melhor rádio do mundo, na minha modesta opinião. Aconselho a Radio1 para música e a World Service para notícias e programas de reportagens, feitas por verdadeiros jornalistas. Substituí muito canal de televisão de lixo:
Rádio
Primeiro post com vid.
São fuzileiros navais dos EUA sob um ataque de morteiros. O rapaz que está com a câmera fica rezando: "Oh! Lord, please let it pass!" Além de outras orações de formas bem diretas e tocantes. O outro que aparece à direita da imagem é o que está mais aflito. Podemos escutar também alguém dando gritos em árabe, creio. Muito bom o vídeo, daqueles que mostram o pouquinho das coisas que estes "kids" são expostos. Ao vid.
9 de junho de 2007
+ Músicas...
Avia, deixando de lengas, aqui vai o tino deste tempo que lhe tomo, o seguinte enlace: Wikipedia:Sound/list é um rico acervo de musgas clássicas. Acervo que vou esmiuçar estes dias de confinamento para conhecer algo deste ramo de música que por ventura já tem suas grandes obras em domínio público. Desfrutem.
5 de junho de 2007
Se você...
...pode ler estas palavras e é de Portugal, você estará contente. Se você também pode ler este branco no preto mas é do Brasil, você estará tenso. Não? Se não vejamos:
http://www.visionofhumanity.com/index.php
Bom, a Lusitânia é a primeira nação latina e continental do ranking (se vocês me permitem colocar a Dinamarca espacialmente na escandinávia). Está empatada com ninguém menos que o Canadá, o que nos permite dizer que a faz estar adiante de todas as nações americanas. Também, aqui vai uma agulhada em meus anfitriões, da Espanha mesmo e qualquer ex-colônia sua. Aliás, o filho Basco espanhol, o Chile, superou sua pátria mãe.
Já escreveu Gilberto Freyre que nossa herança não é maldita. Então, meus estimados leitores e compatriotas tupiniquins, a origem de nossa 83º posição esta menos nos extremos da ibéria que em nosso próprio fado.
P.s.1: que Coisas interessantes!
P.s.2: dados mais relevantes(se você não tiver a curiosidade de clicar sobre cada país): índice de mortalidade infantil(1.000 nascimentos) Brasil 33 x 4 Portugal, goleada que parece não interessar aos nossos meios de comunicação(culpa compartida?). Desconfiança em outros cidadãos: 3, sendo 5 a nota máxima, igual em ambos, (significa que 3 em cada 5 brasileiros ou lusos não confiam em minhas palavras?) E para ficar em três índices, renda per capita: Brasil $3300 x $17100 Portugalo. Ressalva: Portugal foi durante os últimos anos (2000-2006) um dos alvos primeiros dos fundos de estrutura e coesão da União Européia: 9% do bolo de €213 bilhões, em miúdos: R$51 bi. Mais miúdo? 3,7% do PIB brasileiro em 2005.
4 de junho de 2007
Culture shock
Most useful!
International Students and Culture Shock It can be exciting to study abroad, but some students may find the experience of coming to a new country and a new culture a bit overwhelming. The combination of missing friends and family and adapting to a new environment can induce 'culture shock'. This is a popular term for describing the impact of moving from a familiar culture to one that is unfamiliar. Here are some ways to deal with it: Remember that culture shock is a normal experience and that it should pass.
Keep in touch with your family and friends by telephone, letter, fax or email
Keep familiar things around you that have personal meaning - photos, etc
Find a supplier of familiar food if you can. For details of local shops please see:
UpMyStreet - a very useful website for finding out about local shops and services in your area
TimeOut London - very useful for shopping of all kinds, including food
Make friends with other international students - from your own culture and others. Investigate the Students' Union and its many societies. Freshers' Week is an excellent time for this (see Student societies)
Visit International Students House - a social centre for overseas students situated in central London. They offer a Christmas programme for students who are remaining in London over the Christmas vacation.
Take advantage of the student induction programme provided by the School and by your department
Your Student Mentor, School and Departmental Officers or the staff in the Student Services Centre in the Old Building can also help you. If you are having problems - tell someone <= * you heard them! :) Join one of the many S.U Societies, for more information see LSE Students' Union Societies Link with a faith community if appropriate. The LSE Chaplaincy should be able to put you in touch with a local church, mosque, synagogue, or temple, and there are several religious student societies. Don't forget that if feelings of isolation or disorientation persist and are affecting your studies, there are people here who can help you. We want you to get the most out your time here, and to enjoy the experience. <= you heard them phase two! :) The Students' Union has an international students officer who is responsible within the Union for ensuring the welfare and representation of international students. You can email him / her at ... For more information for international students, please see ..."
Segunda viagem ao lago.
REFERENDO – Na semana passada o assunto referendo – que vem sendo tratado com certa distância e pouca importância pela mídia local – acabou fazendo aflorar posicionamentos que, embora não sejam surpresos, podem refletir nas relações políticas do Estado. Primeiro a senadora Patrícia Saboya (PSB) disse que a atitude da prefeita Luizianne Lins (PT), de provocar a Câmara Municipal sobre a realização do referendo referente à licença para a construção da torre empresarial Iguatemi, era “infantilidade”. A senadora, dessa forma, entra em rota de colisão com a prefeita, com quem andava lado a lado na campanha do então candidato ao governo Cid Gomes (PSB).
REFERENDO – Em seguida, foi a vez do deputado federal e líder do grupo cirista – ao qual a senadora, além do governador e outros parlamentares estaduais, federais e municipais integra –, Ciro Gomes (PSB), criticar a proposta do referendo. Em sua tradicional verborréia, Ciro demonstra que nem ele, muito menos seu grupo político, desprendeu as amarras com o senador Tasso Jereissati (PSDB). O posicionamento de Ciro e Patrícia é descaradamente dúbio: integram a base aliada do governo Lula, têm no governo do Estado – comandado pelo irmão do deputado e ex-cunhado da senadora – uma divisão de cargos com o mesmo PT da prefeita de Fortaleza, mas não se furtam ou escamoteiam a subserviência e defesa dos interesses do presidente nacional do PSDB, um dos maiores críticos, por sinal, do governo que Ciro e Patrícia apóiam.
REFERENDO – Nas declarações atribuídas a Ciro, publicadas pelo jornal O Povo, edição do dia 30/05/07, havia o seguinte: “Fazendo questão de dizer que tem "o maior respeito pela prefeita", mas que, mesmo sendo seu aliado, não pode fechar os olhos para o que entende não ser um ato correto, Ciro Gomes explicou o porquê de sua postura: ‘O licenciamento de um prédio, seja ele qual for e de quem for, há de se fazer dentro da lei que está em vigor. Como é que você manda um assunto dessa natureza para referendo’?". Para quem tem no currículo ter sido professor da cadeira de Direito Constitucional do Curso de Direito da Unifor, o parlamentar demonstra total desconhecimento da lei. O assunto foi enviado para um referendo exatamente pelo amparo legal. A proposta do referendo satisfaz todos os pré-requisitos legais. Ou o ex-professor de Direito Constitucional não conhece o preceito constitucional sobre referendo e a respectiva legislação que regulamentou o dispositivo em níveis estadual e municipal?
REFERENDO – O absurdo das argumentações de Ciro se cristalizam ainda mais nas declarações publicadas pelo jornal: “Vamos supor que no referendo o povo diga sim, pode construir. E se for ilegal, como é que pode o povo aceitar a construção de um prédio ilegal? De outra forma, vamos supor que seja legal, e aí, vamos lá que o povo, por alguma razão, diga que não pode. Como é que o povo pode dizer não pode se a lei diz que sim? Por isso que o licenciamento é um regramento legal e há de ser aperfeiçoado, praticado ou indeferido no tempo daquilo que está previsto na lei". Primeiro, se a construção não tivesse respaldo legal, sequer teria sido permitido pelo Poder Público Municipal. Vale ressaltar que, uma vez preenchidos todos os requisitos legais, o Poder Público não pode negar o que é requerido. Caso houvesse ilegalidade, a licença não seria concedida e, ainda que fosse o Judiciário seria provocado a decidir sobre a legalidade. Ainda que a lei diga sim o povo pode dizer não, pois, mais uma vez, existem dispositivos previstos pela Constituição para isso. E a decisão popular é soberana. Vox Populi Vox Dei. Ou isso o ex-professor de Direito Constitucional também não sabe?
REFERENDO – Não é possível que Luizianne não tenha percebido a fragilidade ou, até mesmo, inexistência dessa “aliança” com o grupo cirista, seja em que nível for. A prefeita precisa, ainda, indagar qual a definição do PSB. Segundo a coluna Vertical (O Povo), do dia 02/06/07, o deputado estadual José Sarto (PSB) se posicionou contrário à realização do referendo. O presidente estadual da sigla, Sérgio Novais, é vice-presidente da Câmara Municipal e um dos principais articuladores da bancada de sustentação da prefeita. Ficou bastante exposto que o grupo cirista – como aconteceu nos pousos anteriores – atua de maneira independente do que dispõe a executiva do partido, como se fosse um corpo autônomo. Típico de quem opta por abrigar-se em legendas de aluguel.
REFERENDO – Quem partiu para a ofensiva foi o Grupo Jereissati, através da veiculação de vídeo institucional do shopping, enfocando o mangue do rio Cocó, local onde pretende construir a torre empresarial de quinze andares. Trata-se de propaganda antecipada, disfarçada de vídeo institucional. Na peça, há a afirmação de que a área onde hoje está instalado o shopping era uma salina e foi comprada para o empreendimento, em seguida “criado” uma área de mangue e em seguida doada ao Poder Público. Balela. O local era uma salina, sim, mas o mangue já existia. Foi devastado exatamente para a instalação da salina. A saída do empreendimento permitiu que a natureza se recompusesse. Afinal, adversamente do que sugere o vídeo, o Iguatemi não deu vida ao local. "A vida do Cocó começou quando o iguatemi ganhou vida", diz o texto do vídeo. Quem é o Iguatemi? Deus? Tasso assim se julga? Por certo, sim. Também é incorreto afirmar que houve doação da área onde ressurgiu o mangue.
REFERENDO – Afinal, se a área não era, naturalmente, um mangue, por qual motivo o Grupo Jereissati providenciou a plantação de eucaliptos na área há algum tempo? Simples: como se tratava realmente de área de mangue, o piso do Iguatemi estava afundando e, para drenar a área, foi feito o plantio, pois eucalipto é a árvore indicada para “chupar” a água de um terreno. Durante anos a legislação foi moldada para que Fortaleza crescesse preferencialmente ao redor do Iguatemi. As ruas e avenidas foram construídas, ampliadas para que os caminhos para lá levassem todos. A forma omissa e parcial como a imprensa local vem tratando o assunto chega a ser revoltante. Infelizmente a mídia não vem cumprindo o papel de, pelo menos, suscitar uma discussão sobre o tema. Imparcial, profunda e com a participação de todos os setores da sociedade.
REFERENDO – Ainda com relação ao referendo e a ação movida pelo procurador da República Oscar Costa Filho contra sua realização: o nobre procurador não lembra que o empreendimento foi objeto de um questionamento feito pela Procuradoria da República no Ceará, que apontou ilegalidades no projeto, ação decidida em favor do Grupo Jereissati após uma pendenga que durou dois anos? Oscar não lembra ou não sabe que está indo contra o posicionamento da própria Instituição à qual pertence?
25 de maio de 2007
Coisas Boas 2!
Depois de quase um ano (Coisas Boas I!) aqui vai uma nova seleção:
Rolling Stone - She´s A Rainbow
Jards Macalé - ...dois corações
Jazzamor - around'n'around
Paula Morelenbaum - Brigas nunca mais
Pink Floyd - Flaming
Kon Kan - I beg your pardon
Smiths - Please please please let me get what I want
U2 - The Three Sunrises
U2 ft. Johnny Cash - The Wanderer
Flock of Seagulls - Space Age Love Song
Magnetic Fields - Yeah! Oh, Yeah!
Belle & Sebastian - Rollercoaster Ride
Mano Negra - Guayaquil City
Nena - Liebe Ist
Echo and the Bunnymen - Nothing lasts forever!
The Go-Betweens - Here Comes a City
Mother Love Bone - Man of Golden Words
Nicky & Nicky - Souvenir
Sigur Ros - Procure conhecer estes caras, muito bons!
23 de maio de 2007
Essa briga eu vou comprar. Primeira viagem ao lago.
"O Iguatemi Empresarial, cujas obras ainda não começaram (ainda bem, e queremos impedir que comecem), está para se localizar bem próximo da mata ciliar do rio Cocó na avenida Engenheiro Santana Jr. O trânsito na área já é bastante intenso e caótico, desde o cruzamento dessa avenida com a Antônio Sales até a FA7, passendo pelo Iguatemi e pela Unifor. A poluição sonora já é tanta! A nossa cidade é o que está em jogo!"
Links externos:
Prefeitura de Fortaleza
Centro de Mídia Independente aqui e aqui
22 de maio de 2007
Hiroshima.
Esse vai em inglês mesmo. Foi um comentário que deixei neste excelente blogue: Fogonazos. Leia o post antes de ler meu comentário. As fotos são de uma carcaça de bomba atômica do mesmo tipo da Little Boy, solta sobre Hiroshima, tiradas no Imperial War Museum.
It's not about 1945's Japan or U.S. It's not about us and them. It is about humans been doing this since theirs very early days. The bomb was an instrument of this capability of doing evil to ourselves. It should remain as a symbol of the rational power to kill that we have. It's a terrible power that should not be used. But what happens is just the contrary: it is the rule. Humanity killing humanity. The bomb is grain of dust in our evil self history. So, our rational power should be used to educate ourselves to get rid of such capability. But what we find? A bunch of nations with an arsenal ready to clean the surface of Earth. A percentage of world population ready to extinguish itself. For that, a return to my firsts words: it is not about nations or momentum, it is about not destroy ourselves and debate it in a effective way. The existence of such arsenal is equivalent to the bombing itself. A realistic viewer can says that the very tomorrow doesn't exists, for the such power that we created and had on constant stand by. A fantasious viewer can says that we should get rid of this power to get the reason out from the realistic viewer. But, that´s a debate as far as the pain showed in these photos.
17 de maio de 2007
R$ vs. US$.
Fiz muito feio?
16 de maio de 2007
Visita do papa.
Ouvi dizer de ouvir falar que o papa fez andanças pelo Brasil. Saiu dali, foi para acolá, só não passou por aqui. Deixou de falar o que tinha pra falar e falou o que não tinha. Pelo menos esta era minha primeira opinião quando ainda frescas suas palavras. Mas assentada a poeira e analisando com calma... Bom, meu novo julgo ficará para uma próxima, ou mais provável, para as mesas de bares. Enfim, da realidade paro por aqui, mas fiquei pensando em uma ficção: e se estivesse a oportunidade de encontrá-Lhe, o que iria pedir ao homem do anel do Pescador?
Bom não demorei muito a fazer mais uma viagem. Foi compacta e hilária. Imaginei se tal ventura ocorresse iria direto ao assunto. Sem discutir aquilo já aberto em seus discursos, ia fazer um pedido, sem delongas e senões. Chegaria e falava: "-Vossa Santidade, Eminência, Excelência, Autarquia imaculada, San Peter's Chair Man, Herr Ratzinger, Pastor Pastorum...(a embromação termina aqui), seria possível elaborar e assinar em meu favor uma bula? É, uma bula com Vossa firma, mas o conteúdo eu sugiro. Ela deve ter duas natureza, uma material outra espiritual. A material Você me concede uma quantidade de recursos suficiente para montar-me uma organização militar, de assassinos, para encurtar a conversa, capazes de enfrentar os desafios de logística e combate de nossos dias. Nada de cavalos e catapultas, vamos precisar de tudo do bom e do melhor, mas como vamos começar pelo Brasil, não vai precisar de muita coisa não, aqui o estoque é grande, só tem que pedir as pessoas certas, creia-me.
Se ele esboçar alguma reação de consentimento ou interesse eu continuaria:
- Entendeu? É só um início e não quero começar com nada grande, teria que fazer umas intervenções pontuais, depois acho que as massas nos respaldariam, orando em favor das prescrições contidas na bula, que depois a gente escolhe o nome com mais calma. Se até aqui ele continuasse de ouvidos para meu lado, eu passaria abreviadamente para a parte espiritual, a parte mais necessária de tarefa:
- Com estes recursos, que Você pode conseguir vendendo uma ou outra propriedade destas bandas, eu iria à caça de infiéis. Não me venha dizer que não posso fazer isto, pois sangue é o que não falta nas mãos de seus antepassados, não me reprove quanto a isto! Deixa eu chegar até o fim! - acho que aqui teria que amarrá-lo na cadeira ou pisar sobre sua capa branca para que ficasse sentado e a escutar.
- Preciso que consiga uma maneira de me revelar dentre Seus auto-proclamados seguidores, nascidos em terras de Tupã, os que pedem perdão dos deslizes terrenos da forma receitada por Sua doutrina e logo deixam dentro dos templos do Senhor toda e qualquer vontade de não cometer pecados, ao contrário, saem com a certeza de receber perdão dos novos pecados daqui 7 dias! É que acho que eles aproveitam do paradoxo: seguir dez regras, mas uma grande exceção para todas as dez, e assim esta gente tem atenção as dez regras, mas também usa e abusa da exceção, e assim segue a vida nestas paragens. Por isto Lhe sugiro: coloque na bula que devemos, meus assassinos, buscar aqueles que pregam e não praticam, acreditam no firmamento Divino, mas praticam o inferno para seus semelhantes, este tipo de gente o Senhor deve conhecer melhor que eu, até igrejas eles são capazes de erigir; enfim, quero que busque uma maneira de, pode ser até com meios sobrenaturais, destacar esta gente do resto, algo além do adjetivo corrupto. Já pensou em fazer brilhar uma vela acesa sobre a cabeça de cada um destes? Ia ter luz no Brasil para ofuscar o Sol, e olha que falamos do Brasil!
Agora teria um o derradeiro problema, e eu seguiria:
- A sua bula tem que abrir uma exceção, pois já imaginou se aparece uma vela acesa, por exemplo, na minha cabeça? Como tocar a empreitada para frente? Como executar a bula se tiver uma chama no meu cocuruto? Assim...er...er... entendeu, vai que aparece, coisa do Demo, sabe? Ou seja, tem que abrir uma exceção aqui também, tá certo? Seria constrangedor tanta vela acesa e sem ninguém para apagar, né? E aconselho pedir para seus representantes ficarem escondidos, para evitar um ou outro constrangimento, entende? Daí, para que possamos dormir um dia, afinal, terá que por um termo a estes efeitos luminosos. Neste dia, melhor, um dia depois do prazo, Você aparece por aqui para que possamos fazer o saldo. Acredito que sobrará muita gente, Senhor papa, mas pelo menos dias tão iluminados como estes o Brasil nunca mais terá. Pode ser ou tá difícil? Minha caneta ou a sua?
Assim terminaria o tête-à-tête com Ele. Se saísse com a bula assinada, colocava para tocar a Cavalgada da Valquírias e meus feitos fariam Lampião parecer santo, um companheiro para Frei Galvão. Se saísse sem nada, não teria problema: continuávamos a viver em nosso maravilhoso país, criticando todos, menos nós mesmos, assim como eu. ;)
9 de maio de 2007
Novos tempo, bicho!
De um assunto de certo modo fútil, a Internet se impõe vigorosa, tanto para a nobreza e como para a plebe. Caça, em silêncio, uma decisão do judiciário, esta por sua vez saída de um acordo entre as partes, mas com o aval final do excelentíssimo juiz: refazem o ser, frente à uma decisão fundada no dever ser. Não ameaça a ordem, tampouco as instituições envolvidas. Sendo que, por mais se esforce o juiz em emitir decisões para fechar os acessos ao referido arquivo, melhor tentar esquecer, pois até aquela moça que tomou banho de mar de forma mais apimentada dirá que é impossível. Toda e qualquer possibilidade de censura irão embora cantando Lady Laura, quase morrendo de saudade dos tempos em que uma decisão tão parecida quanto possível teria a eficácia desejada pelos envolvidos.
Efeitos negativos e positivos.
RC não perderá um milhão de fãs pelos fatos narrados em sua biografia. O judiciário e seus membros também não sofrem seqüelas diretas, pois há uma incapacidade técnica para garantir a execução de sua decisão. Não se pode, com os meios disponíveis, exigir-lhes o contrário. Este sim é o que agora está em jogo: a "reforma" bruta e crua de um poder de Estado sem nenhuma cerimônia. Toda a formalidade deste poder e de suas manifestações evaporam contra esta força impossível de ser identificada e combatida. Sempre haverá uma ou duas dezenas de blogues com novas direções para baixar o arquivo. Desfazendo ad infinitum a petrificada decisão judicial.
De positivo, creio existir dois pontos: o espaço aberto para buscar a solução desta difícil equação, mas em largo prazo. Que coloca a responsabilidade no colo das academias envolvidas no assunto, obrigando uma comunicação ainda maior entre o direito e a informática.
Mais distante está o segundo: começar a ver este poder como algo a ser posto ao lado do Estado que agora ameaça. Ou seja, esta força pode ser desejada para retirar processos burocráticos da máquina pública, em tempos de Estados com cargas fiscais pesadas para atender populações insatisfeitas com os serviços custeados por seus bolsos. Também para retirar terceiros desnecessários da relação Estado-cidadão. Mais ainda: colocar o cidadão dentro do Estado, fazendo desta sua capacidade de interação um poder que se revele da maneira rápida, como agora se revelou, para decisões que futuras leis possam retirar de representantes eleitos e passar diretamente para o povo a tarefa. Como um processo de referendo e plebiscito perene, sem as normas complexas e os sujeitos com desejos escuros que funcionam como atravessadores e tardam a chegada ao fim desejado, no melhor dos cenários. Haveria que pesar os efeitos desta iniciativa em relação aos outros princípios que devem envolvido, para citar um: a segurança jurídica. Mas o uso de tais ferramentas, que apenas se revelam, no relacionamento com o poder econômico privado e o Estado, para também dar apenas um exemplo, tem muita atração. É quase uma ficção científica, mas são novos tempos, bicho!
7 de maio de 2007
Fatos e falta.
Jornalista que apontou exploração sexual é morto. Luiz Carlos Barbon Filho, 37, foi atacado a tiros na noite de sábado em um bar de Porto Ferreira (interior de SP) Em 2003, ele denunciou um esquema de aliciamento de meninas que envolvia empresários e vereadores; todos foram condenados. (Folha de São Paulo, só para assinantes aqui.)...nos afastam da imprensa que desejamos, pois demonstra que jornalista independente pode enfrentar o verdadeiro crime organizado, que poucos conhecem. Enfim, falta ainda uma repercussão mais enfática e profunda dos meios de jornalismo de alcance nacional aos crimes feitos sob encomenda no Brasil e, mais que tudo, suas origens.
1 de abril de 2007
Bhagavad Gita.
Isto seria como o esplendor do Poderoso...
Eu me tornei Morte,
O destruidor de Mundos.
J. Robert Oppenheimer,
citando a obra Bhagavad Gita.
Se tornou o destruidor de Mundos,
do mundo que um dia lhe acompanhou.
Poderia passar uma eternidade olhando para esta foto.
29 de março de 2007
Paulo Bonavides.
Peguei estas palavras na página do Tribunal de Justiça do Ceará.
Para conhecer Paulo Bonavides: @.
Sem mais.
DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO DESEMBARGADOR XIMENES,
PROFERIDO PELO PROFESSOR PAULO BONAVIDES.
Cumprindo missão que me foi atribuída pela seccional cearense da Ordem dos Advogados do Brasil, aqui estou para dizer-vos, nesta tarde clara, festiva e solene, quanto me apraz presentar, em nome da Ordem, congratulações ao desembargador que, saído das fileiras da Advocacia, ascendeu, pelo quinto constitucional, ao mais elevado posto do Poder Judiciário no Estado do Ceará, que é a presidência deste Tribunal. E subiu na profissão por competência, merecimento, capacidade e devoção ao trabalho.
No proferir este discurso eu me confesso penetrado, - e não poderia deixar de ser -, de profundo sentimento de afeto, em razão de estar ante dois ex-discípulos da minha velha faculdade de leis: o Desembargador Ximenes, que se empossa, e o Desembargador Rocha Victor, que se despede.
O primeiro, carreando para esta casa um raio de luz e de labor fecundo; o segundo, deixando no rasto da saudade a marca de sua retidão de vida e de caráter. Ambos impolutos, ambos dignos, ambos honrados, ambos ornamentos deste Tribunal. A presente homenagem, eu a estendo do mesmo passo aos eminentes Desembargadores Rômulo Moreira de Deus e José Cláudio Nogueira Carneiro, eleitos respectivamente Vice-
Presidente e Corregedor Geral da Justiça na gestão que ora se inaugura.
A gravidade do momento que o país ora atravessa não tem paralelo nem antecedência nos idos da nacionalidade.
Breve reflexão acerca de como o elemento ético prepondera nos sistemas de governo mostra que, onde se postergam valores morais, a governabilidade oscila e a máquina do poder, oxidada e corroída, desserve a sociedade, embarga o progresso, e é apenas instrumento de privilégio, de usurpação e de hipocrisia dos que, artífices da ingovernabilidade, embrutecem o povo, enganam o cidadão, esmagam a classe média.
Ontem, o presidencialismo produziu crises constitucionais decretando a queda de governos e o advento de ditaduras.
Hoje, sua malignidade cresce e incha. Já não é a chefia de um Poder que se questiona senão a sobrevivência de um regime que fenece. Cuida-se de instituições que a torpeza dos políticos e a corrupção dos governantes vão lentamente minando com risco de colapso e de esfacelamento.
Na raiz da Constituição material enferma depara-se-nos uma forma de governo que cem anos de decepções republicanas e de malogradas aspirações populares lhe passaram a certidão de óbito. Há talvez no campo raso da História dois cadáveres insepultos: o presente modelo de gestão pública do Brasil, duma parte; doutra parte, a organização representativa do modo que funciona. Nesta, dois Poderes políticos da República - o Executivo e o Legislativo - perdem legitimidade, sem a qual não se governa nem se impõe obediência, respeito e exercício de
autoridade.
Em rigor, o que então se aparelha são as soluções de força, com as leis de arbítrio, fatais a quem as executa, indecorosas a quem as faz, inaceitáveis a quem, por fim, no domínio social, é destinatário de tais determinações normativas.
Entendo, Desembargador Ximenes, que só há direito legítimo numa sociedade da justiça e da liberdade, em estruturas que se não compadecem com o caudilhismo, porquanto este massifica os estamentos sociais e, negando ao povo o direito da terceira geração, nega ao trabalhador o desenvolvimento que o liberta.
A dobrez desse governo faz, dum lado, a opulência bilionária de banqueiros, nacionais e estrangeiros; doutro lado um programa de assistencialismo paternalista e paliativo, por onde se reproduz, na antiga linha do cesarismo imperial, o "panem et circenses" dos romanos da decadência, cujos imperadores, síndicos da massa falida de uma civilização, foram gestores de um império, logo a seguir desfalecido, invadido e retalhado, até diluir-se nas pulverizações feudais da idade média. Com aquela política Roma destruiu o passado, o Brasil destrói o futuro.
Demais disso, cabe-nos assinalar por igual o declínio e a desmoralização que ferem de morte o corpo representativo, arrastando na corrente da dissolução ética outros poderes republicanos já contaminados, dentre os quais, aliás, urge dizer com toda a franqueza e lealdade, não é exceção o Judiciário. Afigura-se-nos, todavia, haver sido este o menos atingido pelo grau de contágio e propagação do flagelo, o qual, tocante ao nepotismo, já foi por ele grandemente debelado.
Minha geração, Desembargador Ximenes, padeceu as atribulações de uma guerra mundial; fez o percurso de três ditaduras, duas civis e uma militar, esta com duração de vinte anos; consignou na crônica do presidencialismo o desmoronamento de duas repúblicas constitucionais; sofreu grandes traumas: do suicídio à renúncia e deposição de presidentes, tendo sido, além disso, testemunha ocular de um par de Constituições outorgadas que buscavam aparência de legitimidade para poderes e regimes maculados de arbítrio e nascidos de golpes de Estado. Finalmente, enfrentou e continua enfrentando situações conturbadas, de crise e corrupção, que aceleram vertiginosamente o processo degenerativo da democracia representativa.
Vossa Excelência, portanto, Desembargador Fernando Ximenes, assume a presidência da mais alta magistratura judiciária do Estado do Ceará com o Brasil mergulhado em crise; com a nação cortada de abalos políticos, morais, administrativos e sociais que lhe varrem as instituições; com o povo debilitado na fé republicana; com o sistema tolhido no funcionamento normal e legítimo dos altos mecanismos de governo e soberania.
Apesar de tudo, diante desse quadro negativo, a meu parecer, unicamente duas chaves podem cerrar as portas da crise: uma feita dos ensinamentos de Rui Barbosa, se a classe dirigente assimilar-lhe as lições que ministrou sobre a fiel observância da Constituição; a outra, tirada da leitura de Capistrano de Abreu, o hermeneuta da sociedade, o expositor da História, o constitucionalista da vergonha; vergonha que ele mandou imprimir no rosto de todos os brasileiros como a carta magna da alforria nacional, outorgada na síntese amarga de um protesto. Aliás, vergonha é dignidade, dignidade é princípio, e princípio, nesse contexto, é sobretudo aquela força superlativa, aquela diretriz que faz inderrogáveis as cláusulas da Constituição, protetoras do homem cidadão, do homem livre, do homem expressão do civismo, do direito fundamental, da justiça, da identidade democrática e do pensamento social.
Parabéns, Desembargador Fernando Ximenes. Escreva Vossa Excelência, nas salas deste Tribunal, a página mais brilhante de sua biografia!
Estes os nossos votos, estes os votos da sociedade cearense, estes, enfim, os votos que lhe dirige a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Ceará.
A Ordem deveras me desvaneceu com o múnus de proferir, pois, esta saudação, modesta, mas repassada ainda de muita fé e de muita esperança nos destinos da Pátria comum. Muito Obrigado.
27 de março de 2007
Astronautas Mercúrio.
Mais detalhes do projeto Mercúrio? Clique aqui.
A foto "roubei" do Terra, que aliás tem um bela foto de Sofia Loren.
18 de março de 2007
1 de março de 2007
100% Salamanca!
12 de fevereiro de 2007
Insignificância.
30 de janeiro de 2007
28 de janeiro de 2007
Miserere mei Deus.
É de Allegri, Gregorio Allegri, italiano. A letra na verdade é o Salmo 5o. Fico imaginando a experiência que deve ser ouvir uma interpretação desta obra que foi criada há quase 400 anos para as manhãs da Semana Santa na Capela Sistina.
Já deve ter inspirados muitos desde então.
Notícia velha.
E mais uma vez, somos cúmplices. @ Diário do Nordeste.
"A verba indenizatória é salário, todo mundo sabe que é. Tem parlamentar que usa a consultoria, outros dão voltas e voltas na Terra com tanto combustível", Ezequiel Nascimento, presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo.
Hilário e triste ao mesmo tempo.
24 de janeiro de 2007
Tome!
Segura essa Macaco Tião, digo, Bush:
"Nós amamos este país. Mas verdadeiro patriotismo não consiste de bravatas e calúnias. Reside na extrema fé em nossos ideais constitucionais. Nós somos uma república, não uma monarquia. Nós acreditamos no estado de direito, não em prisões secretas. Nós insistimos na justiça para todos, não privilegiada para poucos. Em repudiando estes ideais Americanos, o governo de Bush põe em desgraça América e danifica nosso clamor por liderança democrática pelo mundo.
Vai demandar muito trabalho para desfazer este dano. Vai ser ir além de derrotar a dura direita nas urnas. Nós devemos nos engajar em grandes atos de imaginação política e inspirar uma nova geração para assumir princípios liberais e adapta-los com engenho para um novo século."
em Bruce Ackerman and Todd Gitlin
8 de janeiro de 2007
Mulheres do Ceará.
Primeira notícia: no ano de 2006 no Ceará foram assassinadas 135 mulheres (clique). Segunda notícia: no mesmo ano na Espanha foram assassinadas 70 mulheres (clique). Dados para aumentar a distância: a população do Ceará é de 7,5 milhões (clique) e da Espanha é de 44.108.530 (clique). São dois conjuntos de números referentes aos mesmos dados: morte violenta de uma parcela de uma população(mulheres) e estas populações(Ceará x Espanha).
Sem necessidade de acudir para porcentagem para reforço de argumento, apresento uma breve opinião. Creio que neste caso os números cobrem de indignidade nossa sociedade, não apenas a cearense, frente à Nação e seus Estados, todavia, inflige maior vexame na alencarina, pois que valores teriam mais relevantes uma sociedade que não protege suas mães, esposas e filhas? Que qualidades maiores têm estes valores que os façam sobrepor qualquer discussão destes números indecentes? Quantas mulheres mais precisam morrer no Ceará para que as manchetes dos meios local e alhures detenham qualquer outra atividade com o intuito de dedicar especial atenção para este problema que é real e sem volta? Admito que esta vergonha não nos converte em cúmplices, mas o contrário também pode encontrar defesa. O ideal seria uma "atitude externa de desconforto" dos cearenses, clamando para si a voz das mortas e, através disto, fundados nas principais ferramentas legais existentes(Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Federal brasileira), serem protagonistas de um movimento político fundamental para situações desta amplitude, um movimento constitucional, na visão de Bruce Ackerman. Abdicar esta ação seria continuar como um verme sobre o fio de uma navalha.
Não pretendo generalizar nem ser apocalíptico, mas também não consigo "despojar minhas palavras de esse apaixonado sentimento de humanidade e de essa indignação ante a injustiça que dão força a muitos escritos...", como escreve Robert Dahl. Ressalva posta, creio que este elemento é mais uma absurdo constitutivo presente no seio de um Estado fraco e ineficaz, com instituições cambaleantes e inócuas. Desejaria que nenhum setor tome para si um manto de culpa, mas sim todos, indiferentes de casta, pois mães, irmãs, esposas e filhas temos todos, sejam do Ceará, do Acre, do Goiás, do Espírito Santo ou do Paraná. Em outra ocasião trouxe um texto de Marco Aurélio Weissheimer, comentando um livro de Luís Mir (clique), e pus:
"Sigamos! Com nossa novela, Copa do Mundo, banda larga, revista; Com nosso jornal, bbb, cartão, 8 anos, hexa. Morram eles, expirem eles, agonizem eles, maldigam eles. Sigamos aqui, eles lá. Enquanto eles morrem em silêncio, nós seguimos em arruaça. Acreditando naquilo que lemos e não lendo aquilo que acreditamos".
Aqui posso repetir o texto, pois a idéia de Luís Mir permanece: temos uma guerra civil em nosso país, e acrescento que não a vemos por que não nos mostram! No texto de Weissheimer o pato da vez é a população carcerária, e vos digo: entre ou estar em uma cadeia no Brasil ou ser uma das 135 mulheres que pereceram me paira uma dúvida. E a latência da sociedade também se repete neste caso. Embora, tanto para as mulheres vítimas de violência quanto para os presidiários, exista setores organizados da sociedade que prestam um mínimo de atenção para aqueles.
Em determinadas situações como estas fica evidente o que chamamos de "ausência do Estado". Mas não é o apenas o Estado que está ausente, é sua sociedade. Não é que a Polícia Militar ou Civil do Ceará falharam para prevenir e evitar estas mortes: culpar estes órgãos não é atitude responsável e que caminhe mais de 5 minutos. Tampouco repousa apenas nos dirigentes políticos a responsabilidade ampla, embora a política possa estar presente. A sociedade é a matriz de todos estes sujeitos e, ao mesmo tempo, a responsável pelo acompanhamento de suas funções. Suas instituições os canais para exercer este acompanhamento. Talvez exista alguém capaz de enumerar todas as instituições que devem defender a mulher no Brasil, entretanto nenhuma delas se fez presente de maneira eficaz para evitar as 135 falecidas. Não se pode repensar este Estado a partir de seus ramos filiais. O problema está abaixo da terra, nas raízes do Estado, em sua constituição e Constituição. E para tão arraigados fundamentos, diferente não pode ser sua discussão e reparo. Por tal motivo, finalizo aqui. E trago Terral, de Ednardo: " Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta pra lhe aperriá/Pra lhe aperriá, pra lhe aperriá/Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará"
Dedico este humilde texto as 135 mulheres assassinadas no meu Estado em 2006.
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