24 de abril de 2006

Ozymandias, de Percy Bysshe Shelley.




Conheci um viajante de um país antigo
Que disse: “Duas enormes pernas de pedra, sem tronco
Se erguem no deserto. Próximo, na areia,
Meio enterrado, uma face esfacelada, cujo cenho franzido,
E lábio enrugado, e sorriso de frio escárnio,
Atestam que seu escultor leu suas paixões
Que sobrevivem, ficando estampada naquelas coisas sem vida,
A mão que zombou delas, o coração que alimentou;
E no pedestal, surgem estas palavras:
“Meu nome é Ozymandias, rei dos reis: Olhai minhas obras,
ó Poderosos, e desesperem-se!”
Nada mais resta. Ao redor a decadência
Daquela ruína colossal, sem fim e nua
Na areia vazia e plana que se expande ao longe.

I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command,
Tell that its sculptor well those passions read,
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed,
And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, King of Kings:
Look upon my works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...