É chegada a hora. Antes de todos, a imprensa deve ser o carro abre-alas, passar pelos paralelepípedos de cada cidade brasileira com sua fronte aberta e vulnerável; demonstrando que não está sob uma estufa de vidraças finas. Mas fincada e protegida por um padrão de qualidade jornalística além de certificados e afins. Um padrão que saía em suas reportagens diárias e que na primeira luz do dia pululam os lares do Brasil. Não mais apenas através do antigo par papel e tubo de raios catódicos. Também através dos novos meios. Exemplo daqueles é permanência do Radio Ga-ga, que não morreu, tampouco perdeu sua glória e se fortalece através das rádios comunitárias. Destes, a internet, que catalisa o processo: a informação perdeu seus habituais donos no Brasil.
Determinante do destino de guerras por toda a história, o fato de deter ou não informações afeta desde a mais isolada aldeia de índios a maior metropole no território brasileiro. E principalmente aí é que os efeitos da presente libertação são sentidos e disseminados. As grandes cidades, as metrópoles, friccionam suas massas, atráves dos referidos meios que libertam a informação e destroem o frágil castelo de cartas. Se espalha na boca miúda aquilo que ao falso jornalismo desinteressa sair para o público.
Um efeito notável é a diminuição da barreira moral existente no momento de expressar uma opinião diversa daquela apresentada em uma matéria feita por um jornalista sem compromisso profissional. Em especial, quando coincide a existência de altos interesses em sua aparente veracidade. Discutir fatos e idéias não oferecidos pelos estabelecimentos que ocupavam o púlpito. E, mais além, depurar e extrair daqueles fatos e idéias oferecidos pelo establishment o quê antes não se percebia e, então, a apoteose: criar opiniões distintas, discordar, colidir. E a repetição deste processo em um ritmo mais frenético e frequente gerou a definitiva erosão. Resultado: uma considerável parte do povo exibe seus triunfos e diz: "- Veja César! O império não é apenas seu! Sua Roma cai. A cidade antiga que você pretendia que durasse eras, rui." A jovem democracia brasileira trêmula menos e aparenta consolidar firmeza e esta geração é cúmplice de seu destino.
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