17 de setembro de 2007

Artigo amigo.



Dois meses sem um piu, aqui retorno. Sempre alerta! Assuntos ligados à democracia são bons de se ler e complexos para ser colocado em um contexto isento. Tal dificuldade remonta aos diferentes rumos que um pode dar a palavra "democracia". Em nosso mestrado, a isolação do termo democracia sempre foi exigida quando o debate ia ser com seu peso próximo do tema escolhido. Assim mesmo, fora das paredes acadêmicas, fica fácil expressar e expor idéias sobre democracia, todavia, a substância raras vezes surge: nossos vícios impedem, no cotidiano, utilizar pureza em debates sem pretensão.

Um debate que muitas vezes tem uma pauta alheia, sem tratar daquilo que realmente deve ser buscado em uma democracia, uma de suas substancias em si: o conhecimento do entorno para o maior número de pessoas, e não uma casta. O artigo que vos apresento remete a este escuro que flutua acima de nossas cabeças, que impede e obstruí o além, o desejado para uma conversa. Em uma frase do autor: "the challenge for citizens is to stop these economic entities from being the authors of the rules by which we live." (o desafio para os cidadãos é para estas entidades econômicas de serem autores das regras sob as quais vivemos). Em outras palavras, também defendido pelo autor, não é mais, na verdade nunca foi, que votando e sendo votado erigirá algo ao patamar "democrático". O que vai fazê-lo é a pessoa ser sujeito ativo e passivo também das decisões, e não tão somente endossando um mandato político, que lhes permita guiar, sem ouvidos, a turba. Aliás, me equivoco, ouvem sim, mas um som que ecoa entre paredes de mármore e não suas similares em tijolo seis-furos sem reboco. Se Clausewitz assume a guerra como conseqüência da política, talvez, a democracia contemporânea esteja bem próxima de ser um acessório do mercado, para fundamentar e assegurar suas posições e permitir sua expansão em um globo sem fronteiras.

Artigos como estes: How capitalism is killing democracy, de Robert Reich ou Si j'avais été candidat... de Edgar Morin (pena que já cobram para lê-lo) nos permitem ir além do debate degastado anti-capitalismo, numa busca menos utópica de uma realidade amena para a maioria. O mundo sem fronteiras de John Lennon se demonstra, pena seus habitantes viverem de maneira pior que desejaria o besouro.



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