6 de dezembro de 2007

Ganância.


De todos erros que um homem pode cometer, o ter sem limites é o maior. Ele deixa de ser um que busca seu sustento e passa a ser aquele que desde seu cotidiano alija o futuro alheio. A ganância imunda aquilo que pode ser chamado de humanidade em alguém. Corta na raiz a capacidade de dizer não para um extra que pouco vai acrescentar. Não venha o liberalismo defender tal posição, pois desde este ponto adiante é que o sofrimento nasce. Muito menos se pode dizer que não estão ligados uns com outros. Mesmo uns estando aqui e outros ali. Ou seja, um é responsável por todos, todos são responsáveis por um.

Nossa capacidade de escolha deve ser executada de forma mais responsável possível. Atitude de homem para outro homem. Não um gotejamento de falsa bondade sem fim. Algo que já não engana nem cego em multidão. Mentira que endurece travesseiro. Bufão com pose de fidalgo. Sociedade corroída pela pose. Falsos líderes dignos de eternidade em masmorra. Dunas de tortura para quem causa outra coisa se não agonia. A fome que há séculos infiltra os espíritos de minha terra é menos da natureza que do homem que a habita. Uma aristocracia política fétida e egoísta. Capaz de acumular bocado sobre bocado a custa daqueles que não têm migalhas para hoje. Jovens que sob a sombra de seus pais comportam-se como estúpidos em cortes que já não existem. Agem como néscios pensando-se soberanos. Soberanos de fossas, isso que são. Pois de sua riqueza é gerada a fatiga na alma de tantos outros. Riqueza infinita regalada para tantos, usufruto derradeiro de poucos.

A usura daquilo que não lhes pertence afeta a existência de outrem. Com absoluto juízo de discernimento tomam a direção mais ambiciosa, mais comodista. Um segundo não lhes cabe para refletir as conseqüências de tão entorpecidas decisões. Caibam as roupas que lhes queiram, vistam-se do ouro que podam comprar, mas as moscas vão lhes buscar as feridas tão pronto estas estejam abertas. Infiltrar sua epiderme como a miséria inundou os anos de existência de suas vítimas. Cearam a cidade, o estado e o país. Desnudaram a nação. Desviaram a virtude dos virtuosos. Ceifaram o porvir de sepultados sem batismo: anjos-santos. Ducados a mais por vidas a menos. Repugnância. Celebrações feitas sobre sangue esgotado, murcho. Bonança sobre ossos-gravetos.

Segue o seco, a corrupção e a ganância. Fodam-se. Não merecem estátuas, não merecem nomes em ruas, avenidas, rodovias e viadutos. Não merecem nomes em prédios. Puros assassinos. Puras legiões antagônicas do ser. Demônios bem vestidos. Gárgulas com mantos de santidade e sapiência. Esconjuros! Que o suplício que causam a cada dia multiplique-se para os seus. À cochinchina com o perdão para aqueles que não o ofereceram.

Oxalá! Quando as estrelas caírem do céu tanto eles como sua descendência sejam malditos, pois deles sofreram muitos. Perecem a cada dia.

31 de outubro de 2007

Breve comentário sobre o papel da URSS na 2ª Guerra.




Encontrei este texto no site do LMD: "O papel “esquecido” da União Soviética" e ia deixar um comentário, mas o dito cujo está com defeito e não teve como. Para não perder o trabalho trouxe o comentário para cá. Para entender, é aconselhável ler o texto do link acima. Taí o malfadado comentário:

Não sei se por conta da tradução ou por precipitações da autora, o texto está truncado, com citações desnecessárias e, por outra lado, fazendo referências sem fonte ou citação. O título do texto é chamativo, mas sua leitura sofrível.

Deixando de lado tal problema, dois pontos: URSS e III Reich foram as duas instituições mais assassinas da história. Herr Hitler e camarada Stalin não pensavam nem nos seus quando o assunto era sangue. Por exemplo, o 6ª Exército de Paulus referido pela autora poderia ter continuado a existir caso Hitler tivesse autorizado as solicitações de retiradas feitas por Paulus após este ter visto seus flancos sumirem com a pinça soviética que lhe isolou em Stalingrado. Do lado da URSS, enquanto as nações ocidentais pesavam cada baixa, os túmulos dos caídos do Exército Vermelho eram valas comuns. Quando identificados, dos tenentes para cima, os nomes eram escritos de uma forma que na primeira chuva se apagavam.

O segundo ponto: realmente, independente de ideologia, o Exército Vermelho não tem o reconhecimento merecido de seu quinhão na vitória aliada na visão de muitos. O texto da autora enfrenta isto e mostra o desbalance de divisões em cada fronte. Mas a culpa deste desbalance não é outra senão o temor da Alemanha em ser invadida pelos soviéticos, pois estes arrasavam terra e gente quando se convertiam em invasores. Mas isto tiveram culpa os nazistas, pois eles, ao iniciarem suas incursões ao leste, não foram muito humanos com os civis e não faziam prisioneiros dos soldados derrotados. Era o Diabo temendo o Cramunhão e vice-versa.

Mesmo assim, o Ocidente deveria reconhecer o valor do soldado vermelho e de seu povo, por ter sofrido tanto na mão de Hitler como de Stalin. O que nos dá a obrigação de saber mais daquilo que passou no fronte oriental.

10 de outubro de 2007

Ednardo. Terral. Praia.

Hmmm... a qualidade é de meia tigela, mas cantor-música-paisagem deste vídeos são parada dura de enfrentar. Queria que tivesse um vídeo da música "Dono dos teus olhos" pra ficar pitéu.


23 de setembro de 2007

Borat - Ali G

Yo! Watch that! Este é o mesmo ator do Borat, sendo num papel de entrevistador meio bobo, meio metido. Com um detalhe: os entrevistados não sabem! E neste caso os entrevistados são jogadores da NBA. Brincar com a cara do Barkley e do O´Neal precisa ter coragem! Inglês difícil de entender, mas muito engraçado.

18 de setembro de 2007

UK + fotos =



Fotografia e Bretanha deu nisso: Landscape photographer of the year awards 2007, no The Guardian. Aliás, solícitos estes moços do jornal britânico. Logo quando saiu Blair e ocupou seu posto Brown, o dito diário fez acompanhar sua edição num domingo um poster com todos primeiros ministros da história de seu parlamentarismo, algo que remonta ao ano de 1721, passando por Spencer e Margarida, Pitt, o velho e o jovem, Chamberlain e Disraeli. Como coloquei antes: todos. Agora tenho estes senhores pregados à minha parede graças a solicitude de sua equipe. Lhes escrevi um correio pedindo informação onde poderia comprar a dita edição, que seria vendida no dia seguinte, na cidade onde resido. A resposta tardou, mas não falhou. Informaram que, "infelizmente", o jornal não é vendido em minha cidade, mas que poderiam enviar-me um cópia do dito documento pelo correio, e pela mensagem, supus que não estavam me cobrando nada por isto. Bem, fiquei a imaginar qual jornal, ou outra empresa de qualquer natureza, no Brasil se prestaria a tal obséquio. Mais um ponto para terra da Margarida.

Bom, anedota descabida de lado, que fotos!

17 de setembro de 2007

Artigo amigo.



Dois meses sem um piu, aqui retorno. Sempre alerta! Assuntos ligados à democracia são bons de se ler e complexos para ser colocado em um contexto isento. Tal dificuldade remonta aos diferentes rumos que um pode dar a palavra "democracia". Em nosso mestrado, a isolação do termo democracia sempre foi exigida quando o debate ia ser com seu peso próximo do tema escolhido. Assim mesmo, fora das paredes acadêmicas, fica fácil expressar e expor idéias sobre democracia, todavia, a substância raras vezes surge: nossos vícios impedem, no cotidiano, utilizar pureza em debates sem pretensão.

Um debate que muitas vezes tem uma pauta alheia, sem tratar daquilo que realmente deve ser buscado em uma democracia, uma de suas substancias em si: o conhecimento do entorno para o maior número de pessoas, e não uma casta. O artigo que vos apresento remete a este escuro que flutua acima de nossas cabeças, que impede e obstruí o além, o desejado para uma conversa. Em uma frase do autor: "the challenge for citizens is to stop these economic entities from being the authors of the rules by which we live." (o desafio para os cidadãos é para estas entidades econômicas de serem autores das regras sob as quais vivemos). Em outras palavras, também defendido pelo autor, não é mais, na verdade nunca foi, que votando e sendo votado erigirá algo ao patamar "democrático". O que vai fazê-lo é a pessoa ser sujeito ativo e passivo também das decisões, e não tão somente endossando um mandato político, que lhes permita guiar, sem ouvidos, a turba. Aliás, me equivoco, ouvem sim, mas um som que ecoa entre paredes de mármore e não suas similares em tijolo seis-furos sem reboco. Se Clausewitz assume a guerra como conseqüência da política, talvez, a democracia contemporânea esteja bem próxima de ser um acessório do mercado, para fundamentar e assegurar suas posições e permitir sua expansão em um globo sem fronteiras.

Artigos como estes: How capitalism is killing democracy, de Robert Reich ou Si j'avais été candidat... de Edgar Morin (pena que já cobram para lê-lo) nos permitem ir além do debate degastado anti-capitalismo, numa busca menos utópica de uma realidade amena para a maioria. O mundo sem fronteiras de John Lennon se demonstra, pena seus habitantes viverem de maneira pior que desejaria o besouro.



20 de julho de 2007

A fazer nada...


Aqui estou sob as sombras da família. Não sinto, ainda, saudades do infinito calor ibérico, calor para mouros, sem dúvida. Amolece a alma e amacia o espírito. Por aqui, a humidade que se encarrega de incomodar. Sufocando e embaçando os pulmões, molhando alguma vontade matinal mais afoita.
Nestes sol, lua, sol... o tempo passa mais rápido que desejo. Uma semana escorre de nossos dedos à velocidade de uma jaguatirica. As doces lembranças do desembarque começam a ficar mais ofuscadas pela distância do fato. Outras se somam e desvalorizam aquelas primeiras. Uma pena, lástima. Sem salas de aulas para visitar, fico a fazer nada. Os livros ainda não me tiveram. Mas chego lá.
Tudo para dizer que, neste fazer nada, o blogue também sofre. Assuntos não me faltam: encontrei uma Fortaleza igual a que deixei 10 meses atrás. Não posso avaliar este fato, mas sei que as obras do empreendimento que me elevei em posts anteriores estão em execução, o que nos faz refletir como ficará o trânsito daquela região quando mais este ode a ganância estiver concluído. Mas a determinação de sentar e escrever sobre este e outros assuntos, por enquanto, não está. Nestes arreios que me prendem, deixo de compartilhar algumas idéias. Estarei de volta.

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...