17 de dezembro de 2006

Faça sua parte.

Não gostou do aumento dos Deputados Federais? Aqui uma oportunidade para dizer isto para eles:

http://www2.camara.gov.br/internet/faleconosco?

Capriche!

15 de dezembro de 2006

Representantes?

Vamos fazer um infantil exercício. Qual deputado federal você votou nas eleições de 2002? Você conhece cinco votos positivos e cinco votos negativos deste seu deputado em relação às posições de suas expectativas ao referido parlamentar? No caso dos votos negativos, você tomou alguma iniciativa de comunicar-se com o gabinete do seu deputado em Brasília para informar da contrariedade de posição que o deputado tomou? Da mesma forma, você, alguma vez, manifestou apoio para seu parlamentar quando ele tomou uma posição mais difícil de ser tomada? Você enviou algum tipo de sugestão ou crítica positiva o tal? Se você fez isto, recebeu alguma resposta, debateu, discutiu ou manteve a comunicação com o seu deputado? Se você tiver respondido "não" na segunda pergunta, caso que me incluo, ou se ele não foi eleito, você pelo menos acompanha os demais parlamentares eleitos pelo seu estado? No pior dos cenários, acompanha os parlamentares alinhados com as suas posições na perspectiva nacional?

Todo este pueril exercício para perguntar: temos realmente representantes no nossa Câmara Baixa do Parlamento? Ademais de um aumento desproporcionado a inflação do período, sem comentar seu valor final absoluto, este Parlamento que teremos em 2007 vai estar representando quem? Segundo dados do IBGE(http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/), nossos límpidos homens pertencem a parcela mais alta de renda da população, 0,8% das pessoas ocupadas, que recebe mais de 20 salários mínimos(65 SM eles vão receber por mês, considerando já o SM de R$367,00). E as três primeiras parcelas juntas(até 1/2 SM, de 1/2 a 1 SM e mais de 1 a 2 SM) são em torno de 60% da população com ocupação no Brasil. Se você somar aqueles que recebem de 2 a 3 e os sem renda, teremos 80% das pessoas ocupadas.

Cada país tem o parlamento que merece. Melhor momento para reivindicar-nos um parlamento respeitável não poderia haver. Com a força demonstrada pela internet neste último pleito eleitoral, conduzir um movimento similar neste momento não é mais que nossa obrigação. Se eles não têm vergonha, nós deveríamos ter por aceitar 60% de nossos semelhantes sub viva com R$367,00, trabalhando mais de oito horas diárias, em uma realidade para laborar bem distinta a dos escuros túneis acarpetados de Brasília.

24 de novembro de 2006

Exemplo.

Escrevi o post Definitiva, que está logo abaixo, fazendo crítica a categoria dos jornalistas, determinados e conhecidos nomes por certo, da mídia nacional. Agora, tenho que fazer uma crítica a categoria profissional que pertenço. Fiquei triste e envergonhado com os fatos acontecidos nas eleições para a OAB-CE. Estou a uma distância tremenda do Náutico, local onde foi realizado o pleito. Tomei conhecimento da notícia através de uma ex-aluna da Unifor, por um correio eletrônico, um dia depois do ocorrido. Logo, busquei outras fontes para tentar por clareza naquilo que estava ausente. Daí, veio a tristeza. Saber que parte de nossa classe profissional sofreu, ou cometeu, agressão física.
Já não somos um país que nascido ontem, não somos selvagens, somos donos de um mínimo de cultura de convivência, donos de uma bagagem de civilização. Já não precisamos assassinar uns aos outros para extinguir uma oposição política. Enfim, nossa sociedade já detém um conjunto de diversos fatores que está dentro de um padrão aceitável. Assumido isto, nós que formamos a OAB-CE temos origem neste universo. Daí, essa ordem profissional deve ser exemplo por meio de seus preceitos, tal qual seu Estatuto. A arma que um advogado deve bradar é sua oratória. Se não tiver esta virtude ciceroniana, que tenha a virtude da palavra escrita: quando cerrar o punho que seja para pegar sua pena. Se lhe faltar ambas virtudes, a sua atitude profissional ofusca, oxalá com maior eficácia, as anteriores. Agora, o que um advogado não pode é partir para agressão física, pior ainda quando sabe ser sua vítima outro advogado; muito menos, permitir que pessoa sob sua responsabilidade cometa agressão contra outro advogado.
A OAB-CE teve em sua história advogados que foram exemplo de civilidade e honradez profissional. A OAB-CE tem, agora conjugo no presente, advogados que me orgulharei, pelo que tenho de vida pela frente, do fato de compartilhar com eles o mesmo epíteto. Para mim, advogado e professor são instituições sagradas para qualquer país que tenha pretensão de civilização. Por estes motivos, alguns cegos não vêem que a ausência de vocação não é motivo para perder a urbanidade. Ademais, deveriam respeitar a memória daqueles que se foram e nada podem fazer contra este tipo de destempero na aglomeração que pertenceram. No outro extremo, pior ainda: que infelicidade devem ter sofrido os neófitos que estiveram no Náutico e viram o infortúnio? Quantas dúvidas ressoaram, ou ressoam, nas mentes destes jovens advogados ao presenciar seus presumidos exemplos de profissão trocando aptidões do pugilismo?
Enfim, minha infinita tristeza está além da capacidade de minha limitada retórica. Para os meus verdadeiros afins, rogo que levem ainda mais respeito para nossa Ordem. Levem o máximo de compromisso dentro suas capacidades para prostrar o miúdo exemplo de advogado que alguns insistem em dar. Para as pessoas que não fazem parte de Ordem, rogo vosso perdão.

18 de novembro de 2006

Lapidar Neruda.




Amazonas, in Canto General.

Amazonas,
capital de las sílabas del agua,
padre patriarca, eres
la eternidad secreta
de las fecundaciones,
te caen ríos como aves, te cubren
los pistullos color de incendio,
los grandes troncos muertos te pueblan de perfume,
la luna no te puede vigilar ni medirte,
Eres cargado con esperma verde
como un árbol nupcial, eres plateado
por la primavera selvaje,
eres enrojecido de maderas,
azul entre la luna de las piedras,
vestido de vapor ferruginoso,
lento como un camino de planeta.

17 de novembro de 2006

Mais um.

Não se acabam. Continuam. Além dos crimes de seqüestro em si, o destino do dinheiro pago nos regastes preocupa, pois fácil pensar que será usado para financiar mais operações do crime organizado. Já foram 17 seqüestros este ano no Ceará. A bola da vez é um advogado. É mais uma falência dos órgãos do Estado do Ceará.


1 de novembro de 2006

Definitiva.

Uma parcela da imprensa do Brasil não é mais a mesma. Terá que descer do púlpito e fazer jornalismo. Assim como toda categoria profissional deste país tem compromisso com sua profissão, esta importante parcela da imprensa deve ser um exemplo para as demais. Seu comportamento gera efeitos difusos que danam a democracia que tenta se instalar no Brasil há décadas. Um viés crítico deve existir e permancer, mas através de exposições fundadas. Um casamento com os valores e condições inerentes ao jornalismo que permita emergir um mínimo de veracidade em determinadas matérias jornalísticas. Reportagens com dignidade, sem golpismo, sem ofensas desmedidas, sem xingamentos às instituições da República, que reverbam e enfraquecem a Constituição e o Estado, e, mais do que tudo, sem desrespeito à inteligência de seus destinatários.

É chegada a hora. Antes de todos, a imprensa deve ser o carro abre-alas, passar pelos paralelepípedos de cada cidade brasileira com sua fronte aberta e vulnerável; demonstrando que não está sob uma estufa de vidraças finas. Mas fincada e protegida por um padrão de qualidade jornalística além de certificados e afins. Um padrão que saía em suas reportagens diárias e que na primeira luz do dia pululam os lares do Brasil. Não mais apenas através do antigo par papel e tubo de raios catódicos. Também através dos novos meios. Exemplo daqueles é permanência do Radio Ga-ga, que não morreu, tampouco perdeu sua glória e se fortalece através das rádios comunitárias. Destes, a internet, que catalisa o processo: a informação perdeu seus habituais donos no Brasil.

Determinante do destino de guerras por toda a história, o fato de deter ou não informações afeta desde a mais isolada aldeia de índios a maior metropole no território brasileiro. E principalmente aí é que os efeitos da presente libertação são sentidos e disseminados. As grandes cidades, as metrópoles, friccionam suas massas, atráves dos referidos meios que libertam a informação e destroem o frágil castelo de cartas. Se espalha na boca miúda aquilo que ao falso jornalismo desinteressa sair para o público.

Um efeito notável é a diminuição da barreira moral existente no momento de expressar uma opinião diversa daquela apresentada em uma matéria feita por um jornalista sem compromisso profissional. Em especial, quando coincide a existência de altos interesses em sua aparente veracidade. Discutir fatos e idéias não oferecidos pelos estabelecimentos que ocupavam o púlpito. E, mais além, depurar e extrair daqueles fatos e idéias oferecidos pelo establishment o quê antes não se percebia e, então, a apoteose: criar opiniões distintas, discordar, colidir. E a repetição deste processo em um ritmo mais frenético e frequente gerou a definitiva erosão. Resultado: uma considerável parte do povo exibe seus triunfos e diz: "- Veja César! O império não é apenas seu! Sua Roma cai. A cidade antiga que você pretendia que durasse eras, rui." A jovem democracia brasileira trêmula menos e aparenta consolidar firmeza e esta geração é cúmplice de seu destino.

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12733

29 de outubro de 2006

Até quando?

A água continua passando pelo rio e a política dura republicana dos EUA permanece indefensável como sempre foi. Já estão na casa do meio milhão e contando. É como se 1/4 da população de Fortaleza deixasse de existir. E não existe apenas o "morreram meio milhão", mas também como foram as mortes. A mesma democracia que não permite uma torta de maçã ser servida sem aviso de "Cuidado! Recheio quente!" é a mesma que tolera o fato de um respeitável número da população civil de um país ser morto por interferência direta de sua política exterior. Se há algo estranho que explique esta tolerância, o consolo existe: sem dúvida, será esta mesma democracia que retirará de GWB sua legitimidade de continuar matando iraquianos e norte americanos.

"Por que este homem na Casa Branca? A maioria dos Americanos não votou nele. Por que ele está lá? E eu digo para você hoje que ele está na Casa Branca porque Deus colocou ele lá para um situação como esta." Ten. Cel. William Boykin, falando sobre George W. Bush (New York Times, 17 Outubro de 2003.

"Deus deu o salvador para o povo Alemão. Nós temos fé, profunda e inabalável fé, que ele foi enviado para nós por Deus para salvar Alemanha." Hermann Goering, falando de A. Hitler

"Um tirano deve em sua aparência ter incomum devoção à religião. As pessoas são menos apreensivas de comportamento ilegal de um governante o qual elas considerem temente a Deus e pio. Por outro lado, elas fazem com menos facilidade algum movimento contra ele, acreditando que ele tem Deus ao seu lado". Aristóteles

http://crawleylibdems.org.uk/

18 de outubro de 2006

Deixe que fale Neruda...

Intervalo na política, espaço para poesia. Neruda:

ALIANZA(Sonata)

De miradas polvorientas caídas al suelo
o de hojas sin sonido y sepultándose.
De metales sin luz, con el vacío,
con la ausencia del día muerto de golpe.
En lo alto de las manos el deslumbrar de mariposas,
el arrancar de mariposas cuya luz no tiene término.

Tú guardabas la estela de luz, de seres rotos
que el sol abandonado, atardeciendo, arroja a las iglesias.

Teñida con miradas, con objeto de abejas,
tu material de inseperada llama huyendo
precede y sigue al día y a su familia de oro

Los días acechando cruzan el sigilo
pero caen adentro de tu voz de luz.
Oh dueña del amor, en tu descanso
fundé mi sueño, mi actitud callada.

Con tu cuerpo de número tímido, extendido de pronto
hasta cantidades que definen la tierra,
detrás de la pelea de los días blancos de espacio
y fríos de muertes lentas y estímulos marchitos,
siendo arder tu regazo y transitar tu besos
haciendo golondrinas frescas en mi sueño.

A veces el destino de tus lágrimas asciende
como la edad hasta mi frente, allí
están golpeando las olas, destruyéndose de muerte:
su movimiento es húmedo, decaído, final.

2 de outubro de 2006

Resposta a um e-mail.


Na manhã do dia 02 de outubro envie um correio eletrônico para muitos amigos no Brasil. Recebi uma resposta para a qual redigi a presente réplica. Como há nela muitas coisas das quais eu gostaria de ter escrito antes, mas por um motivo ou por outro, nunca havia compartilhado, resolvi importar o texto para cá e aproveitá-lo como post. A resposta que recebi está mais abaixo, e o correio original, após. Aguardo comentários.

Amigo,
Nos anos de que frequentei a Faculdade de Direito da Unifor, dentre pessoas do meio, tive como professores juízes, promotores, defensores públicos, advogados da união, procuradores da República, do Estado e do Município e como colegas alunos que também são funcionários públicos federais, estaduais e municipais, dos poderes legislativo, judiciário e executivo, poucas não foram as vezes que escutei conversas, na boca miúda, de diferentes tramoios políticos, de indícios de esquemas de corrupção deparados por estes funcionários, que iam fazer estes que você citou parecer histórias da caronchinha.

Também não foram poucas as vezes que se demonstrava a impotência relativa destes mesmos funcionários em saber de um esquema e não poder ir adiante em investigações ou coisas do gênero por que sabiam que o status quo dos grupos políticos dominantes de então deveriam ser mantidos. Mais de uma vez foi relatado para nós patrimônios de funcionários públicos, que ganhavamm sálarios módicos, estarem nas casas de centenas milhar ou unidades de milhão. Fosse por demagogia, desabafo, ou inimizade mesmo, estes professores, homens bem sucedidos, relatavam para a classe inteira alguma experiência ruim que haviam passado durante o dia por que viram que o sucesso profissional deles era uma coisa muito aparente e inútil. Por que de nada valia todas suas prerrogativas legais e pessoais para investigar este ou aquele caso, esta ou aquela pessoa, se eles tinham a certeza de não encontrar um clamor popular que fosse possível respaldar qualquer atrevimento que eles pensassem em ter. Clamor popular que só a imprensa é capaz de formentar, quando não criar. É um confronto que deixa de ser jurídico e passa a ser político. Estes profissionais sabem que neste nível de disputa a força política dos bastidores ganha da legalidade do papel.
Mas agora o que vemos é o contrário: não se fala mais em pretensos acusados ou eventuais réus, mas já se fala em culpados, bandidos, mentirosos e ladrões. Mesmo sem antes serem seguidos os passos legais que todos sabem que devem ser atendidos para se enfrentar tamanhos problemas de escala nacional. Mas o avesso acontence: atropelos à legalidade para que se atenda pretensões políticas. O problema é que o insistente martelar de denúncias faz seu dano. Seja pela falta de isenção crítica dos receptores, seja pela facildiade que se tem em estar com a maioria em apredejar a vidraça alheia. E perseverança da burrice, ou melhor, dureza, está na infelicidade da razão, e não da felicidade da ignorância, tomando emprestado Epicuro.
Não me orgulho nem um pouco de ser cidadão de uma das economias que já ocupou um cargo dentre as dez mais, e que é vice-líder em concentração de renda e uma das líderes em diferença entre os mais ricos e os mais pobres. Uma das piores em IDH. No meu humilde julgar, a classe política que esteve no poder nas últimas décadas, para olhar curto, teve sua chance. Os recursos materiais e pessoais do Brasil são quase inesgotáveis. E que limitadas nações se tornaram hoje potências economicas, algo que temos, com humildade, como queixo caído, longe de ter algo parecido, que apreciar. Não falo em termos de riquezas individuais, mas sim de um conforto um passo adiante do nível mínimo de sobrevivência para a população em geral. Da possibilidade de ser alguém na vida pela simples razão do estado lhe dar os mínimos recursos e meios necessários. Tanto eu como você tivemos oportunidades de crescer em famílias que garantiram nossa educação em escolas particulares, sempre acompanhados de todos meios materiais possíveis para chegar onde chegamos e onde ainda poderemos chegar. Mas se não tivessemos nascido no patamar que nascemos, se dependêssemos do estado, do poder público brasileiro, estaríamos fadados a fazer parte da África que está presente dentro do Brasil. Poucos não são os brasileiros que sequer têm certidão de nascimento, daí você imagina o resto que faltará durante toda a vida para estas pessoas. São pessoas que nunca entrarão nas estatísticas porque simplesmente nunca existirão. Por esta razão, por não fazer parte de um nação, como eu e você fazemos, a condição delas é menos humana e mais próxima a de uma rês.
Para resumir, se é que isto é possível. A oportunidade tem que ser dada. O confronto de ideias deve ser respeitado, em um diálogo válido. Política sana se faz de alternância, e a brasileira sempre esteve nas mãos das elites. E estas, infelizmente, não souberam fazer o básico para o geral do Brasil, e sim para a exceção da qual elas fazem parte. Se a culpa é ou delas, ou de nossa formação, ou da nossa remota colonização(como algum irresponsavél lembra), ou de qualquer outro fator conhecido ou não, não cabe aqui tentar saber. Mas que elas não fizeram, elas não fizeram. É fato irrefutavel. Não se pode alterar tais bases, do Brasil, em quatro anos. Muito menos se há um debate politico fétido no ar, que impede que o foco seja levado para onde deveria estar. Mas se isto não foi feito antes, por que seria feito agora? Se o próprio PT, e afins , sempre atacou com denúncias, por que ele não soube evitar que elas acontecessem? Toda grupo de pessoas tem sua corja, e pelos atos da petista, que visivelmente dá as cartas, não se pode taxar a maioria. Faltou muito para eles, aqui falo no geral, acertarem, muito. Mas tenho certeza, que para a maioria do povo brasileiro, do qual eu não faço parte, é mais possível que o PT, e não suas antagônicas forças políticas, seja a ala capaz de dar, algum dia, um mínimo de conforto social para o Brasil.

Abraços e lembranças, Nivardo.
----- Original Message -----
To: nivardo
From:
Sent:
Tuesday, October 03, 2006 12:08 AM
Subject: Re: Significados da derrota e da vitória.

Isto é o que se pode chamar de um texto imparcial. Com uma análise profunda e isenta da situação política.
Muito bom. Vc deve pensar, né?
Vc também tem algum texto do Emir falando do escândalo dos sangue-sugas, do mensalão, do dinheiro na cueca, da quebra do sigilo bancário do caseiro, da origem do dinheiro para comprar por R$1,7M um tal dossiê, do investimento de R$5M da Telemar na empresa do Lulinha, das notas frias do cartão de Crédito da presidência, do dinheiro do duda mendonça, do Carequinha, lembra??..., dos amigos dos filhos do lulinha viajando as nossas custa com aeronaves da fab,
O Lula está fazendo conchavo até com Newton Cardoso,....não dá. É muito mau carater.
Nivas, continue assim, vc vai acabar fazendo parte do núcleo burro,... digo duro do PT.

On 10/2/06, nivardo <nivardomelo@gmail.com> wrote:

23/09/2006, por Emir Sader.

Significados da derrota e da vitória

A política econômica, tal qual transparece claramente do discurso de campanha tucano, seria uma retomada forte dos contornos mais ortodoxos do modelo liberal. O "choque de gestão" que Alckmin anunciou – e deixou guardado, pelo contraste altamente negativo para ele diante do "choque social" com que Lula respondeu – expressa isso, além da equipe econômica que ele ameaçou lançar mão. Seria uma retomada da política econômica de FHC onde este havia sido obrigado a deixá-la: a privatização da Petrobrás, da Eletrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, voltariam centralmente à pauta do governo. FHC recém acabou de reivindicar seu processo de privatizações, fortalecendo o compromisso programático dos tucanos com o liberalismo econômico ortodoxo.

A política internacional tucana aponta claramente – nas declarações do candidato e de FHC – para um abandono da centralidade d eixo Sul/Sul e a retomada de relações privilegiadas com os EUA, que implicariam no fim definitivo do Mercosul e na aceleração da Alca, com a assinatura de Tratado de Livre Comércio com os EUA.

As políticas sociais voltariam à inocuidade que tiveram nos 8 anos em que foram dirigidas pela ex-primeira dama, Ruth Cardoso, retomando a centralidade das metas econômico-financeiras. No plano educacional, a privataria, que multiplicou como nunca na nossa história as faculdades particulares, retomaria seu caminho. Os movimentos sociais – o MST em primeiro lugar – seriam vítimas de repressão e criminalização. O salário mínimo seguiria defasado em termos de poder aquisitivo diante dos preços, a desigualdade retomaria seu caminho histórico de consolidação.

Não é estranho, diante da possibilidade que a oposição de direita propõe – ou ameaça -, que o pronunciamento das urnas se anuncia como uma vitória esmagadora do governo Lula. Apesar de não haver saído do modelo econômico neoliberal – responsável pelo baixo crescimento econômico -, apesar da política que tem favorecido os trangênicos em detrimento da política de auto-suficiência alimentar, do andamento lento da reforma agrária, da repressão às rádios comunitárias, do pouco incentivo ao software alternativo –, apesar disso tudo, o povo percebe que a melhor alternativa hoje é a da reeleição.

A derrota do bloco tucano-pefelista será uma grande derrota da direita no Brasil. Ela ganhou nova cara com o governo FHC, que promoveu a aliança da elite paulista com a nordestina, em torno do plano de estabilidade financeira, da privatização, da abertura acelerada da economia, da desregulamentação, da projeção do capital financeiro – em sua forma especulativa – ao posto hegemônico na economia, entre tantas outras coisas, todas regressivas e negativas para o Brasil. O espaço para o crescimento e fortalecimento da esquerda voltará a ser amplo. Para o que será necessário que o governo leve à prática um novo modelo econômico, com crescimento, distribuição de renda, criação de empregos, fortalecimento da organização popular, consolidação dos projetos de integração regional e de articulação com o Sul do mundo.

Essa derrota deve representar uma nova oportunidade para formular e desenvolver um projeto posneoliberal, valendo-se da divisão e desconcerto que já se apossou da direita – dos seus lideres políticos, dos seus cronistas na mídia, dos dirigentes partidários. Valendo-se também do novo caudal de votos recebidos, da composição claramente popular dessa votação, da desarticulação dos discursos da direita, abre-se espaço para um discurso de democratização social, de soberania nacional, de integração regional, de reformas democráticas do Estado e do conjunto do sistema político.

Essa nova oportunidade será, ao mesmo tempo, uma nova oportunidade para a esquerda se recompor, recuperar capacidade de formulação de propostas e de mobilização social, de protagonismo político – nacional, regional e internacional -, enfim, reaparecer como alternativa para a crise hegemônica em que vive o país, produto das políticas neoliberais. Para que a derrota do bloco de direita – tucano-pefelista – represente realmente uma vitória da esquerda e do movimento popular.



23 de setembro de 2006

...bip ....bip ...bip!



Calma, não é o Sputnik nem o blog morreu. Apenas está internado na UTI. Problemas técnicos: meu computador apresentou um problema. Foi para assistência e esperou a reposição da peça defeituosa. Tenho material para colocar aqui tão logo eu instale a conexão de internet no meu cafofo. Estou de volta a terra desta linda bandeira azul. Representante de um sonho tão distante para a América do Sul.

29 de junho de 2006

Meu esquema.

Não conhecia esta música. Gostei de cara. Tem um ritmo deveras parecido com Minha Galera do Manu Chao. E tem também minha inveja em não ter escrito coisa tão simples para minha pessoa especial.

Meu Esquema

Mundo Livre S/A

Composição: Fred Zero Quatro

Ela é meu treino de futebol
Ela é meu domingão de sol
Ela é meu esquema

Ela é meu concerto de rock'roll
Nação, minha torcida gritando gol
Minha Ipanema

Ela é meu curso de anatomia
Ela é meu retiro espiritual
Ela é minha história

Ela é meu desfile internacional
Ela é meu bloco de carnaval
Minha evolução...

Galega
Tento descrever o que é estar com você

Princesa
Todos vão saber que eu estou muito bem com você

Ela é minha ilha da Fantasia
A mais avançada das terapias
Meu Playcenter

Ela é minha pista alucinada
A mais concorrida das baladas
Meu inferninho

Ela é meu esporte radical
Poderosa, viciante, mas não faz mal
Meu docinho

Ela é o que meu médico receitou
Rivaldo Maravilha mandando um gol
Minha chapação...

Galega
Nem dá pra dizer o que é estar com você

Princesa
Todo mundo vê que eu sou mais...

29 de maio de 2006

Coisas boas!


Para escutar. São todas de ontem.

Arcade Fire - Haiti. Lembra o Belle & Sebastian, menos meloso.
Arcade Fire - Rebellion(Lies). "Sleeping is giving in, no matter what the time is. Sleeping is giving in, so lift those heavy eyelids." Precisa dizer mais alguma coisa?
Donovan - Mellow Yellow
Magnetic Fields - All my little words
Magnetic Fields - I´m sorry I love you. Eu que o diga!
Pixies - All over the world
Pixies - Where is my mind. Também vale a pena: Placebo - Where is my mind
Ultravox - Vienna
David Bowie - Changes
David Bowie - Starman. A original Astronauta de Mármore!
Modern English - I melt with you
Depeche Mode - I just can´t get enough
Rick Ocasek - Emotion in motion
Roxy Music - Love is the drug - Absoluta verdade!
Joy Division - Love will tear us apart
OMD - Souvenir
OMD - Secret
OMD - So in love
Cat Stevens - Streets of London
Cat Stevens - Cats in the craddle
T-Rex - Bang a gong get it on

Saludos.

27 de maio de 2006

Sigamos!


"Em seu livro 'Guerra Civil – Estado e Trauma' (Geração Editorial), Luís Mir, escreve: 'O Estado brasileiro optou pela guerra civil, uma guerra dolorosa que empilha cadáveres com frieza nazista e fúria primitiva. As vítimas desta guerra são os pobres, que vivem em permanente estado de tensão e terror. As mortes desta guerra chegam a 150 mil por ano e elas custam, para o Estado, metade do que o país gasta com saúde'. O problema é que a quase totalidade dessas mortes não tem qualquer repercussão na mídia. Ninguém fica sabendo nada sobre elas. O nome das vítimas, o que faziam, o que suas famílias (aqueles que ainda tinham) sentiram e sofreram, quais foram os projetos de vida interrompidos: todas essas informações cairão para sempre no esquecimento; todas essas histórias de vida, é como se nunca tivessem existido." De Marco Aurélio Weissheimer, em:

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=11285


Sigamos! Com nossa novela, Copa do Mundo, banda larga, revista; Com nosso jornal, bbb, cartão, 8 anos, hexa. Morram eles, expirem eles, agonizem eles, maldigam eles. Sigamos aqui, eles lá. Enquanto eles morrem em silêncio, nós seguimos em arruaça. Acreditando naquilo que lemos e não lendo aquilo que acreditamos. Bom domingo para todos, melhor, quase todos.

22 de maio de 2006

Eu, I, io, yo, ich.


Fiz uma tentativa de colocar minha foto no Meu Perfil. Não consegui, é um pouco complicado. Então, faço através deste post. Quis dar uma cara para estas palavras. Aproveito a oportunidade para agradecer minha primeira centena de visitas e, também, reafirmar a simplicidade das minhas intenções neste blog. Até a próxima.

21 de maio de 2006

Hans Horrevoets

Para aqueles que amam o mar, saber da possibilidade de ter sua vida colhida por ele é uma de suas atrações. Confesso que das vezes que tive oportunidade de enfretá-lo, senti o inevitável desconforto da desproporcionalidade das forças. E é este sentimento que tem me mantido em terra firme, mas um dia vou enfrentá-lo. Este fim de semana faleceu um velejador naquela que já se chamou regata Whitebread, o holandês Hans Horrevoets. Foi arrastado do deck de seu barco por ondas de 5 metros. Quando seus colegas o encontraram já estava sem vida, apesar de ter caído no mar ainda vivo. Possivelmente, morreu de frio, na gélidas águas do Atlântico Norte. Uma morte lancinante, sem dúvida; pelo sofrimento físico, mas, principalmente, pela certeza de sua chegada. Por este motivo, minha compaixão. Escrevi estas palavras no site de sua tripulação:

In Brazil our word for sea is "mar". It´s very close for the verb to love, "amar". It´s quite common in poetry found them together. But this is what is all about: one need to love the sea, one need to be pashioned for it. And it´s a love that can ask you a price. All saylors know it, he really should know it, but the fact of going to the race showed the size of his love for the sea, for that, in a little while, maybe he was glad to be taken away by his love. Stay in peace, saylorman, stay with God. Peace for his family. From a sea lover brazilian.

19 de maio de 2006

O mais doidos dos sonhos

É normal reunirmos em nossos sonhos assuntos que nos tocaram durante o dia e fazer um calhamaço imprevisível e maluco daqueles durante uma noite. Já tive muitos. E é comum confidenciar para as pessoas do mundo real suas respectivas participações especiais em meus devaneios como atores principais ou coadjuvantes. Depois que cheguei da aula, tirei um cochilo e tive um sonho que superou tudo aquilo chamado de "meus sonhos malucos", e eu não posso contar para os atores, então sobrou vocês.

Sonhei que estava dando mais uma festinha no Paracuru, com a turma reunida, tomando cerveja, dançando numa boite improvisada, falando alto, etc. Até aí nada demais. O problema foram uns convidados! George W. Bush(Coisa-Ruim), Condolezza Condy Rice(assessora do Coisa-Ruim), uma filha lá do Coisa-Ruim e o séquito do Coisa-Ruim. Foi muito engraçado. Se pelo menos ao invés dele tivesse sido ou Bill Clinton, ou a Hillary, ou, até mesmo, a Mônica Lewinsky, mas não, tinha que ser o José Manuel do Bush! Mas a coisa só piorou!

Trocava idéias com ele, assim como fiz com o Zé Dirceu em um encontro aqui em Salamanca, dava sugestões, fazia perguntas, escutava, enfim, era amigão do Nosferatu. Ficamos ao lado dos convidados, trocando idéias que, (in)felizmente, não lembro, e ele escutando! Mas a cara dele era impagável. Ontem, assisti em www.youtube.com um video em que a CNN, numa transmissão ao vivo, colocava a imagem e o som do Coisa-Ruim antes do previsto, aí pegaram ele ensaiando, com aquela cara de Macaco Tião. A cara dele na festinha era a mesma. Entenderam agora minha agonia? Mas não lhes contei o pior: eu paquerava com a filha dele! Pedia o e-mail dela, e ela me dava! Eu anotava o endereço de e-mail dela com os Man in Black me supervisionando de perto. Imaginou o Coisa-Ruim como sogro? "E aí, como vão aqueles bandidos de Guatánamo, sogrão?", ou, "Tio Bush, matamos quantos iraquianos hoje?" E, enquanto isto, a Condy bebendo da minha bebida, falando e proseando com toda sua eloquência. Foi um sonho doido, um pesadelo melhor analisando. Mas poderia ser pior.

Já imaginou, se o Dick Cheaney e o Rumsfeld estivessem tomando banho de piscina lá em casa? Teria que mandar o Zé secar a piscina, lavar os azulejos com ácido, pulverizar as bordas com DDT, desinfectar a ducha, lavar a calçada, enfim, tirar qualquer urucubaca que estes seres infectados de maldade tivessem deixado no espacinho-maravilha que é o sítio. O pior que, além de toda a demora que este procedimento levaria, pois estamos falando de Zé, nada garantiria que o Carequinha Belzebú não voltasse para outro banho. Depois, teria que dizer:
- Desconjuro, vai tomar banho noutro lugar! - ou poderia dizer também:
- I´ll punch the beejezzas hell out of you!

Mas não tive estas oportunidades, acordei antes! Quanto azar! Na hora que eu estava descobrindo que era um sonho e já ia começar a esbofetear e fazer o "mardito" comer grama eu acordo! Ia fazer ele passar uns dias no canil, preso, junto com o Fiel. Das duas umas: ou ele faria o Fiel ficar com cara de Macaco Tião ou Fiel faria ele ficar com cara de vira-lata, afinal, mente superior domina mente inferior. E ainda queria que ele pegasse uns carrapatos do Fiel! Ou então ia subir ele num coqueiro e jogar ele lá de cima, que nem o pobre do Keith Richards, e escutar o barulho que ele ia fazer ao cair no chão! Ia ser o mais cômico dos plofts!

Mas passou. Agora temos que esperar que na realidade este ser e seu séquito desocupe a moita e deixe outros fazer m... melhor que eles vêm fazendo.

2 de maio de 2006

Bravatas e irresponsabilidade





Um comentário ao artigo de Eliane Cantanhêde, "É guerra!", sobre a "crise" boliviana, publicado na Folha de 2/5. Diz a Constituição Federal, art. 4º:

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Inúmeras foram as tolices e bravatas que abundaram na mídia eletrônica tratando do caso do decreto do presidente boliviano, Evo Morales. "É guerra!" foi a mais irresponsável e alienada encontrada e veio de ninguém menos que Eliane Cantanhêde, e na página 2 da Folha. Bem, já faz algum tempo que se percebe a linha presente naquele espaço jornalístico, não poderia ser diferente desta vez. Na coluna, a jornalista cita especificamente um produto que viria, ou vai, ser produzido pelo empresário Eike Batista, o mesmo que na crise do apagão do governo FHC firmou contrato de conto de fadas com o governo para a construção de uma usina termelétrica no Ceará, entre outras duas.

Assim, é de se indagar se a jornalista, fora o talento com as palavras, também detém conhecimentos de siderurgia ou demais produtos da indústria de base. A outra alternativa é que tenha levantado a informação precisa daquilo que Eike vai produzir em solo boliviano. Desta forma, no caso da segunda hipótese, deve ter experimentado uma sensação de compaixão pelo infortúnio do empresário brasileiro.

Pois bem, o citado contrato de Eike Batista traz uma cláusula que diz que a Petrobras (vejam só!) deve pagar por eventual falta de lucro da contratada. Pagamento este que ronda a casa dos R$ 2 bilhões agora, R$ 6 bilhões até 2007. Deveria ela lembrar de três coisas:

Primeiro, a Petrobras, centro das atenções neste momento, "pode" vir a perder, estima-se, R$ 1 bilhão em conseqüência do decreto do presidente boliviano, prejuízo que ainda permanece na casa do "talvez", já que não se sabe o próximo passo das negociações. A mesma Petrobras que vai cobrir o buraco de bilhões do empresário, salvo sejam alterados os contratos Petrobras-Eike, por um produto não-servido.

Flores e silêncio

Segundo, tanto Brasil como, principalmente, Bolívia são nações historicamente vilipendiadas pelo capital ao longo de cinco séculos. As grandes massas de seus povos sempre são preteridas pela oligarquia fantoche e vivem em miséria. Quem pense o contrário que diga se o destino de R$ 5 bilhões, numa balança política, vai para o povo ou para o empresário. Resposta: a segunda opção. Em vez de se informar sobre qual produto será ou não produzido em solo boliviano, a jornalista deveria ter pesquisado as condições de vida dos bolivianos.

Terceiro, a Bolívia é um país soberano, e seu povo elegeu um presidente que, legitima e legalmente, o representa. Desta forma, segundo a norma constitucional citada, deve-se respeitar e acatar a decisão do presidente da nação vizinha. E aproveitar a oportunidade para abrir uma via de integração entre os dois países, como prevê o texto constitucional, em lugar de utilizar a pesada palavra "guerra" na segunda página de um jornal de grande circulação. Clausewitz teria algumas coisas a dizer a esta jornalista...

A mídia mais uma vez mostra sua face: para o empresário, as flores; para os bilhões já perdidos, silêncio; ao que resta dos índios bolivianos, guerra!

24 de abril de 2006

Ozymandias, de Percy Bysshe Shelley.




Conheci um viajante de um país antigo
Que disse: “Duas enormes pernas de pedra, sem tronco
Se erguem no deserto. Próximo, na areia,
Meio enterrado, uma face esfacelada, cujo cenho franzido,
E lábio enrugado, e sorriso de frio escárnio,
Atestam que seu escultor leu suas paixões
Que sobrevivem, ficando estampada naquelas coisas sem vida,
A mão que zombou delas, o coração que alimentou;
E no pedestal, surgem estas palavras:
“Meu nome é Ozymandias, rei dos reis: Olhai minhas obras,
ó Poderosos, e desesperem-se!”
Nada mais resta. Ao redor a decadência
Daquela ruína colossal, sem fim e nua
Na areia vazia e plana que se expande ao longe.

I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command,
Tell that its sculptor well those passions read,
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed,
And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, King of Kings:
Look upon my works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.

11 de março de 2006

Olha a bala!

Fiz desta postagem um passatempo. Pretendo saber o que vocês pensam. É uma lista com as dez armas mais marcantes que lembrei do cinema. Sendo assim, queria saber onde concordam e discordam comigo. Antes da lista final, menções honrosas: a Desert Eagle em Snatch! Porcos e Diamantes, o rifle da franca-atiradora no final de Full Metal Jacket, as espadas do Legolas, as pistolas que capitão Kirk(o original, por favor!) e companhia usavam, o bastão de Grace Jones em Conan, o Destruidor e a Ak-47 que Charlie Sheen usa para matar Tom Berenger em Platoon(acho que todos queriamos apertar aquele gatilho!). Enfim, segue a lista:

10. A metralhadora de Jesse Ventura(Sgt. Blain) em O Predador. O som desta arma e seu poder de fogo são demais.

09. A única entrada para armas "mágicas": o cajado do Gandalf, na série dos Senhor dos Anéis. Aquela cena que ele entra no salão do rei dos Rohan é demais. Como também a parte em que ele vai de encontro aos espectros frente às muralhas de Minas Tirith.

08. Os sabres-de-luz da série Guerra nas Estrelas. Por favor, esqueçam dos enlatados episódios I, II e III. Estou falando dos filmes que conheço como Star Wars, O Império Contra-ataca e O Retorno do Jedi. Em especial Alec Guiness(Obi Wan Kenobi) fazendo uso de um.

07. Aqui, uma entrada dupla, de um filme só, Exterminador do Futuro 2: a escopeta que Arnold Schwarzenegger traz em uma caixa de flores, logo no começo do filme. O arma em si é simples, mas como o velho exterminador usa ela contra o novo é demais! Dá tipo uma girada nela para colocar o próximo cartucho na agulha! A segunda aqui é o T-1000 em si, com suas lâminas. A cena da caixa de leite é também clássica. Só se escuta o "tuco!" do som da espada atravessando o gogó do infeliz pai adotivo de John O'Connor.

06. A arma que um replicante usa em Blade Runner. É um revólver com 4 canos, ou seja, quatro balas. Faz tempo que assisti, não lembro se ele usou mais de uma vez, mas a vez que lembro dele ter usado não me saí da memória. Acho que tenho que assistir este filme de novo. Foi lembrando dela nestes dias que quis fazer esta lista.

05. O taco de beisebol de Robert de Niro em Os Intocáveis. Quem assistiu o filme sabe o uso que ele deu a este taco. Muito, muito violento.

04. O tresoitão cano curto do Al Pacino, em o Poderoso Chefão. Claro que arma aparece aqui mais pelo modo como Al Pacino usa do que pelo sua peculiaridade. Ele volta com ela do banheiro, não diz uma palavra para o futuros defuntos e... bang! Na garganta do chefe de polícia McCluskey...espera um instante e bang! Lá se vai Sollozzo...

03. A arma do John Malkovic usa no filme Na linha de Fogo, com Clint Eastwood. Bacana, feita de maneira artesanal, em resina, e passa pelo detector de metais. As balas são disparadas por ligas de borracha. Trabalho fino.

02. De novo Alec Guiness e o simbolismo da espada contra o avião estampado na cena em que um aeroplano turco(ou alemão) ataca o acampamento árabe em Lawrence da Arábia. Nesta cena, Faissal tenta defen.... vou dizer não. Assistam!

01. O rifle-muleta, em O dia do Chacal, de 1973. Este filme devo ter assistido há mais de 15 anos, sendo que nunca esqueço este rifle que o Chacal cria para fazer seu serviço. Foi o primeiro pela simplicidade e como consegue ficar na minha lembrança depois de todo este tempo. Sempre que vejo lembro deste filme!

18 de fevereiro de 2006

Legio VII Gemina


Este é o nome da legião romana que fundou e ocupou a então cidade de Leão, pertinho daqui (Léon). Não por acaso o nome da cidade deriva do mesmo radical latino que dá origem à palavra legião, legio. Esta legião ficou nestes solos, sediada em Leão, até fins do século quarto. Então, tendo a cidade de Leão sido fundada por eles antes do AD, não seria muito forçar a barra em pensar que tal legião já esteve nesta mesma cidade que hoje estou, por mais de uma vez. Da mesma forma, não menos ilustre presença, contudo nefasta, foi a de Aníbal, dos Cartagineses, que há pouco mais de 2000 anos sitiou a cidade, então chamada de Helmantica ou Salamantica, naquela que viria a ser sua expedição mais ousada.
Todos estes adornos lhes trouxesse porque, enquanto apreciava a ponte construída pelos romanos, que está bem próxima do local onde moro, fechei os olhos e tentei imaginar como seria a Legio VII atravessando a ponte, em formação e se dirigindo para algum sítio ao sul de Leão(pois Leão está ao norte de Salamanca). Da mesma forma, tentei imaginar como seria o exército de Aníbal acossando a cidade e seus habitantes.
Assim, continuei em minha paranóia(sendo que aí já não estava mais no meio da rua, mas sim sob meus lençóis), insisti no pensamento. Comecei com a legião romana, depois os cartagineses. Ative-me a eles, mas a vontade de começar a querer imaginar e visualizar outros momentos e batalhas começou a me tomar: Dardanelles, Termópilas, Volgogrado; em Dorylaeum, onde Saint-Gilles e Ademar de Puy socorrem a Boemundo de Taranto, enfim, perdi o controle.
Aí imaginei, totalmente em delírio, se fosse permitido a alguém(eu, claro!) atravessar os limites do tempo-espaço e presenciar, in loco, tais batalhas e momentos. Já pensou, poder se transformar em um grão de areia, provido com um par de olhos, das praias da Normandia? Ou uma árvore na batalha de Azincourt, uma rocha nas batalhas de Hattin e Mazikert, um peixe na batalha de Guadacanal, um pássaro na Batalha da Inglaterra? Participar de maneira passiva destes momentos onde tantos nomes pereceram, tanto sangue foi derramado, tantas lágrimas e suor brotaram? Ver nos olhos de um legionário, ou qualquer outro soldado de infantaria, a certeza da morte? Por estes últimos motivos, desisti da minha jornada.
A história contém os nomes dos generais vitoriosos e perdedores, mas não contém o nome dos que mataram e morreram, frente a frente, cara a cara. Não diz o sofrimento dos mutilados, das viúvas, dos órfãos, dos inválidos deixados para os abutres, chacais, lobos, tubarões. Segunda desistência.
São momentos como estes que exercem fascínio nas mentes daqueles que apreciam a história e, em especial, para aqueles afeitos às batalhas. E, principalmente, são em momentos como este que se percebe a importância dos líderes dos povos, suas aptidões, ou manifesta ausência. Decisões que foram tomadas por estes há séculos sob tênues luzes de fogueiras, dentro de tendas em acampamentos militares às vesperas de uma batalha, ainda exercem em nossas vidas influências imensuráveis. E hoje, em escritórios e gabinetes, em nosso mundo ocidental, os mesmos homens persistem, contudo, travam batalhas silenciosas, ocres, fétidas, nas quais não mais a existência de um povo está em jogo, mas sim, a obtenção do capital, a ganância desmesurada: o sofrimento de muitos em troca de um zero a mais. Ah! Como eu queria ser um simples legionário da Legio VII...

8 de fevereiro de 2006

Demorô, mas chegou...


Bom, aqui vai meu segundo ensaio em meu, nem tanto atualizado, diário. Estou há exatos 21 dias em terrras espanholas. Como não poderia ser de outra forma, vou tentar passar um resumo diferente daqueles que já passei por correio eletrônico para alguns e/ou telefonemas para outros. Na verdade, passando pela experiência que passo, confesso: pensava que seria mais empolgante responder as messagens deixadas pelos amigos e, da mesma forma, criar mensagens para os amigos dizendo o que tenho feito. Talvez, a partir de agora, já que estou em minha primeira semana com internet em casa, torne mais fácil apresentar minhas futuras participações. Deixando de embromação, vamos ao que interessa.
A cidade é bela, mas, devo dizer, numa beleza diferente daquela que imaginava enquanto estava no Brasil, vendo fotos na internet. Pensava que o prédios que via em fotos fossem maiores, com sua bonitas fachadas maiores. Me enganei. As fachadas continuam bonitas, mas não são exageradas em tamanho, exceto em dois prédios a seguir. Não estou dizendo que tais prédios careçam de beleza, pelo contrário, tem muito charme e originalidade, acentuada pelas diversas influências arquitetônicas nos desenhos e, principalmente, pelo tom de terracota dado pela pedra villamayor, que insolenemente apelidei de cariri por tamanha semelhança. Continuando. O tom terracota está presente em boa parte dos prédios. Tanto os prédios modernos como os antigos têm revestimento em pedras villamayor. Talvez com a iluminação mais direta a ser trazida pela primavera e verão os tons se acentuem e tornem mais bonita ainda a cidade.
Os prédios presentes na parte mais antiga da cidade são altíssimos. Ao andar pelas suas calçada, em ambos lados, vãos com menos de cinco metros de largura e paredões de quinze à trinta metros de altura lhe dão uma gostosa sensação de claustrofobia. Quanto mais perto do centro, mais altos são os prédios e mais estreitas são as ruas. Uma curiosidade: mesmo nestas ruas extremamente estreitas passam carros; assim, não podemos descuidar e sempre estar cientes disto. Imagine que, apesar de toda esta ausência de espaços o trânsito flui de maneira quase imperceptível(sim, feitores da Av. Was. Soares, engenharia de trânsito existe!) E é andando por estas ruas estreitas que se revelam duas maravilhas arquitetônicas: a Praça Maior e o conjunto das Catedrais. Para elas dedicarei postagens específicas tamanho deslumbre que elas me causam. Prometo colocar fotos, aliás, mesmo que coloque um terabyte de fotos e vídeos, jamais conseguirão sentir a opulência e imponência destas duas maravilhas. Elas me deixaram pequeno: me recordaram, in loco, que os prédios, de uma forma ou de outra, são uma impressão histórica do poder dos povos; e, assim, brasileiro, cearense e fortalezense que sou, percebi que não nos restam muitas "impressões" históricas.
Quanto ao povo, é uma boa gente. Tem um quê de simpatia e abertura que os ingleses não têm. Se você comete um erro, geralmente, não receberá uma grosseria em retribuição. Na verdade, eles toleram muito os erros dos estrangeiros, o que por si, já é uma demostração da aceitação deles em relação a estes. Pelo menos no que diz respeito a cidade de Salamanca, penso que não poderia ser de outra forma, uma vez que já faz alguns séculos que esta cidade recebe estudantes vindos de diferentes nações para sentar nos bancos de sua universidade. Quando tiver experiência em outras cidades espanholas e em outras juntas, terei uma visião certamente mais ampla.
Amanhã, que no calendário do meu diário não necessariamente é o seu amanhã, colocarei maiores impressões dos meus primeiros momentos. Beijos e abraços.

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...