8 de fevereiro de 2006

Demorô, mas chegou...


Bom, aqui vai meu segundo ensaio em meu, nem tanto atualizado, diário. Estou há exatos 21 dias em terrras espanholas. Como não poderia ser de outra forma, vou tentar passar um resumo diferente daqueles que já passei por correio eletrônico para alguns e/ou telefonemas para outros. Na verdade, passando pela experiência que passo, confesso: pensava que seria mais empolgante responder as messagens deixadas pelos amigos e, da mesma forma, criar mensagens para os amigos dizendo o que tenho feito. Talvez, a partir de agora, já que estou em minha primeira semana com internet em casa, torne mais fácil apresentar minhas futuras participações. Deixando de embromação, vamos ao que interessa.
A cidade é bela, mas, devo dizer, numa beleza diferente daquela que imaginava enquanto estava no Brasil, vendo fotos na internet. Pensava que o prédios que via em fotos fossem maiores, com sua bonitas fachadas maiores. Me enganei. As fachadas continuam bonitas, mas não são exageradas em tamanho, exceto em dois prédios a seguir. Não estou dizendo que tais prédios careçam de beleza, pelo contrário, tem muito charme e originalidade, acentuada pelas diversas influências arquitetônicas nos desenhos e, principalmente, pelo tom de terracota dado pela pedra villamayor, que insolenemente apelidei de cariri por tamanha semelhança. Continuando. O tom terracota está presente em boa parte dos prédios. Tanto os prédios modernos como os antigos têm revestimento em pedras villamayor. Talvez com a iluminação mais direta a ser trazida pela primavera e verão os tons se acentuem e tornem mais bonita ainda a cidade.
Os prédios presentes na parte mais antiga da cidade são altíssimos. Ao andar pelas suas calçada, em ambos lados, vãos com menos de cinco metros de largura e paredões de quinze à trinta metros de altura lhe dão uma gostosa sensação de claustrofobia. Quanto mais perto do centro, mais altos são os prédios e mais estreitas são as ruas. Uma curiosidade: mesmo nestas ruas extremamente estreitas passam carros; assim, não podemos descuidar e sempre estar cientes disto. Imagine que, apesar de toda esta ausência de espaços o trânsito flui de maneira quase imperceptível(sim, feitores da Av. Was. Soares, engenharia de trânsito existe!) E é andando por estas ruas estreitas que se revelam duas maravilhas arquitetônicas: a Praça Maior e o conjunto das Catedrais. Para elas dedicarei postagens específicas tamanho deslumbre que elas me causam. Prometo colocar fotos, aliás, mesmo que coloque um terabyte de fotos e vídeos, jamais conseguirão sentir a opulência e imponência destas duas maravilhas. Elas me deixaram pequeno: me recordaram, in loco, que os prédios, de uma forma ou de outra, são uma impressão histórica do poder dos povos; e, assim, brasileiro, cearense e fortalezense que sou, percebi que não nos restam muitas "impressões" históricas.
Quanto ao povo, é uma boa gente. Tem um quê de simpatia e abertura que os ingleses não têm. Se você comete um erro, geralmente, não receberá uma grosseria em retribuição. Na verdade, eles toleram muito os erros dos estrangeiros, o que por si, já é uma demostração da aceitação deles em relação a estes. Pelo menos no que diz respeito a cidade de Salamanca, penso que não poderia ser de outra forma, uma vez que já faz alguns séculos que esta cidade recebe estudantes vindos de diferentes nações para sentar nos bancos de sua universidade. Quando tiver experiência em outras cidades espanholas e em outras juntas, terei uma visião certamente mais ampla.
Amanhã, que no calendário do meu diário não necessariamente é o seu amanhã, colocarei maiores impressões dos meus primeiros momentos. Beijos e abraços.

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...