29 de maio de 2006

Coisas boas!


Para escutar. São todas de ontem.

Arcade Fire - Haiti. Lembra o Belle & Sebastian, menos meloso.
Arcade Fire - Rebellion(Lies). "Sleeping is giving in, no matter what the time is. Sleeping is giving in, so lift those heavy eyelids." Precisa dizer mais alguma coisa?
Donovan - Mellow Yellow
Magnetic Fields - All my little words
Magnetic Fields - I´m sorry I love you. Eu que o diga!
Pixies - All over the world
Pixies - Where is my mind. Também vale a pena: Placebo - Where is my mind
Ultravox - Vienna
David Bowie - Changes
David Bowie - Starman. A original Astronauta de Mármore!
Modern English - I melt with you
Depeche Mode - I just can´t get enough
Rick Ocasek - Emotion in motion
Roxy Music - Love is the drug - Absoluta verdade!
Joy Division - Love will tear us apart
OMD - Souvenir
OMD - Secret
OMD - So in love
Cat Stevens - Streets of London
Cat Stevens - Cats in the craddle
T-Rex - Bang a gong get it on

Saludos.

27 de maio de 2006

Sigamos!


"Em seu livro 'Guerra Civil – Estado e Trauma' (Geração Editorial), Luís Mir, escreve: 'O Estado brasileiro optou pela guerra civil, uma guerra dolorosa que empilha cadáveres com frieza nazista e fúria primitiva. As vítimas desta guerra são os pobres, que vivem em permanente estado de tensão e terror. As mortes desta guerra chegam a 150 mil por ano e elas custam, para o Estado, metade do que o país gasta com saúde'. O problema é que a quase totalidade dessas mortes não tem qualquer repercussão na mídia. Ninguém fica sabendo nada sobre elas. O nome das vítimas, o que faziam, o que suas famílias (aqueles que ainda tinham) sentiram e sofreram, quais foram os projetos de vida interrompidos: todas essas informações cairão para sempre no esquecimento; todas essas histórias de vida, é como se nunca tivessem existido." De Marco Aurélio Weissheimer, em:

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=11285


Sigamos! Com nossa novela, Copa do Mundo, banda larga, revista; Com nosso jornal, bbb, cartão, 8 anos, hexa. Morram eles, expirem eles, agonizem eles, maldigam eles. Sigamos aqui, eles lá. Enquanto eles morrem em silêncio, nós seguimos em arruaça. Acreditando naquilo que lemos e não lendo aquilo que acreditamos. Bom domingo para todos, melhor, quase todos.

22 de maio de 2006

Eu, I, io, yo, ich.


Fiz uma tentativa de colocar minha foto no Meu Perfil. Não consegui, é um pouco complicado. Então, faço através deste post. Quis dar uma cara para estas palavras. Aproveito a oportunidade para agradecer minha primeira centena de visitas e, também, reafirmar a simplicidade das minhas intenções neste blog. Até a próxima.

21 de maio de 2006

Hans Horrevoets

Para aqueles que amam o mar, saber da possibilidade de ter sua vida colhida por ele é uma de suas atrações. Confesso que das vezes que tive oportunidade de enfretá-lo, senti o inevitável desconforto da desproporcionalidade das forças. E é este sentimento que tem me mantido em terra firme, mas um dia vou enfrentá-lo. Este fim de semana faleceu um velejador naquela que já se chamou regata Whitebread, o holandês Hans Horrevoets. Foi arrastado do deck de seu barco por ondas de 5 metros. Quando seus colegas o encontraram já estava sem vida, apesar de ter caído no mar ainda vivo. Possivelmente, morreu de frio, na gélidas águas do Atlântico Norte. Uma morte lancinante, sem dúvida; pelo sofrimento físico, mas, principalmente, pela certeza de sua chegada. Por este motivo, minha compaixão. Escrevi estas palavras no site de sua tripulação:

In Brazil our word for sea is "mar". It´s very close for the verb to love, "amar". It´s quite common in poetry found them together. But this is what is all about: one need to love the sea, one need to be pashioned for it. And it´s a love that can ask you a price. All saylors know it, he really should know it, but the fact of going to the race showed the size of his love for the sea, for that, in a little while, maybe he was glad to be taken away by his love. Stay in peace, saylorman, stay with God. Peace for his family. From a sea lover brazilian.

19 de maio de 2006

O mais doidos dos sonhos

É normal reunirmos em nossos sonhos assuntos que nos tocaram durante o dia e fazer um calhamaço imprevisível e maluco daqueles durante uma noite. Já tive muitos. E é comum confidenciar para as pessoas do mundo real suas respectivas participações especiais em meus devaneios como atores principais ou coadjuvantes. Depois que cheguei da aula, tirei um cochilo e tive um sonho que superou tudo aquilo chamado de "meus sonhos malucos", e eu não posso contar para os atores, então sobrou vocês.

Sonhei que estava dando mais uma festinha no Paracuru, com a turma reunida, tomando cerveja, dançando numa boite improvisada, falando alto, etc. Até aí nada demais. O problema foram uns convidados! George W. Bush(Coisa-Ruim), Condolezza Condy Rice(assessora do Coisa-Ruim), uma filha lá do Coisa-Ruim e o séquito do Coisa-Ruim. Foi muito engraçado. Se pelo menos ao invés dele tivesse sido ou Bill Clinton, ou a Hillary, ou, até mesmo, a Mônica Lewinsky, mas não, tinha que ser o José Manuel do Bush! Mas a coisa só piorou!

Trocava idéias com ele, assim como fiz com o Zé Dirceu em um encontro aqui em Salamanca, dava sugestões, fazia perguntas, escutava, enfim, era amigão do Nosferatu. Ficamos ao lado dos convidados, trocando idéias que, (in)felizmente, não lembro, e ele escutando! Mas a cara dele era impagável. Ontem, assisti em www.youtube.com um video em que a CNN, numa transmissão ao vivo, colocava a imagem e o som do Coisa-Ruim antes do previsto, aí pegaram ele ensaiando, com aquela cara de Macaco Tião. A cara dele na festinha era a mesma. Entenderam agora minha agonia? Mas não lhes contei o pior: eu paquerava com a filha dele! Pedia o e-mail dela, e ela me dava! Eu anotava o endereço de e-mail dela com os Man in Black me supervisionando de perto. Imaginou o Coisa-Ruim como sogro? "E aí, como vão aqueles bandidos de Guatánamo, sogrão?", ou, "Tio Bush, matamos quantos iraquianos hoje?" E, enquanto isto, a Condy bebendo da minha bebida, falando e proseando com toda sua eloquência. Foi um sonho doido, um pesadelo melhor analisando. Mas poderia ser pior.

Já imaginou, se o Dick Cheaney e o Rumsfeld estivessem tomando banho de piscina lá em casa? Teria que mandar o Zé secar a piscina, lavar os azulejos com ácido, pulverizar as bordas com DDT, desinfectar a ducha, lavar a calçada, enfim, tirar qualquer urucubaca que estes seres infectados de maldade tivessem deixado no espacinho-maravilha que é o sítio. O pior que, além de toda a demora que este procedimento levaria, pois estamos falando de Zé, nada garantiria que o Carequinha Belzebú não voltasse para outro banho. Depois, teria que dizer:
- Desconjuro, vai tomar banho noutro lugar! - ou poderia dizer também:
- I´ll punch the beejezzas hell out of you!

Mas não tive estas oportunidades, acordei antes! Quanto azar! Na hora que eu estava descobrindo que era um sonho e já ia começar a esbofetear e fazer o "mardito" comer grama eu acordo! Ia fazer ele passar uns dias no canil, preso, junto com o Fiel. Das duas umas: ou ele faria o Fiel ficar com cara de Macaco Tião ou Fiel faria ele ficar com cara de vira-lata, afinal, mente superior domina mente inferior. E ainda queria que ele pegasse uns carrapatos do Fiel! Ou então ia subir ele num coqueiro e jogar ele lá de cima, que nem o pobre do Keith Richards, e escutar o barulho que ele ia fazer ao cair no chão! Ia ser o mais cômico dos plofts!

Mas passou. Agora temos que esperar que na realidade este ser e seu séquito desocupe a moita e deixe outros fazer m... melhor que eles vêm fazendo.

2 de maio de 2006

Bravatas e irresponsabilidade





Um comentário ao artigo de Eliane Cantanhêde, "É guerra!", sobre a "crise" boliviana, publicado na Folha de 2/5. Diz a Constituição Federal, art. 4º:

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Inúmeras foram as tolices e bravatas que abundaram na mídia eletrônica tratando do caso do decreto do presidente boliviano, Evo Morales. "É guerra!" foi a mais irresponsável e alienada encontrada e veio de ninguém menos que Eliane Cantanhêde, e na página 2 da Folha. Bem, já faz algum tempo que se percebe a linha presente naquele espaço jornalístico, não poderia ser diferente desta vez. Na coluna, a jornalista cita especificamente um produto que viria, ou vai, ser produzido pelo empresário Eike Batista, o mesmo que na crise do apagão do governo FHC firmou contrato de conto de fadas com o governo para a construção de uma usina termelétrica no Ceará, entre outras duas.

Assim, é de se indagar se a jornalista, fora o talento com as palavras, também detém conhecimentos de siderurgia ou demais produtos da indústria de base. A outra alternativa é que tenha levantado a informação precisa daquilo que Eike vai produzir em solo boliviano. Desta forma, no caso da segunda hipótese, deve ter experimentado uma sensação de compaixão pelo infortúnio do empresário brasileiro.

Pois bem, o citado contrato de Eike Batista traz uma cláusula que diz que a Petrobras (vejam só!) deve pagar por eventual falta de lucro da contratada. Pagamento este que ronda a casa dos R$ 2 bilhões agora, R$ 6 bilhões até 2007. Deveria ela lembrar de três coisas:

Primeiro, a Petrobras, centro das atenções neste momento, "pode" vir a perder, estima-se, R$ 1 bilhão em conseqüência do decreto do presidente boliviano, prejuízo que ainda permanece na casa do "talvez", já que não se sabe o próximo passo das negociações. A mesma Petrobras que vai cobrir o buraco de bilhões do empresário, salvo sejam alterados os contratos Petrobras-Eike, por um produto não-servido.

Flores e silêncio

Segundo, tanto Brasil como, principalmente, Bolívia são nações historicamente vilipendiadas pelo capital ao longo de cinco séculos. As grandes massas de seus povos sempre são preteridas pela oligarquia fantoche e vivem em miséria. Quem pense o contrário que diga se o destino de R$ 5 bilhões, numa balança política, vai para o povo ou para o empresário. Resposta: a segunda opção. Em vez de se informar sobre qual produto será ou não produzido em solo boliviano, a jornalista deveria ter pesquisado as condições de vida dos bolivianos.

Terceiro, a Bolívia é um país soberano, e seu povo elegeu um presidente que, legitima e legalmente, o representa. Desta forma, segundo a norma constitucional citada, deve-se respeitar e acatar a decisão do presidente da nação vizinha. E aproveitar a oportunidade para abrir uma via de integração entre os dois países, como prevê o texto constitucional, em lugar de utilizar a pesada palavra "guerra" na segunda página de um jornal de grande circulação. Clausewitz teria algumas coisas a dizer a esta jornalista...

A mídia mais uma vez mostra sua face: para o empresário, as flores; para os bilhões já perdidos, silêncio; ao que resta dos índios bolivianos, guerra!

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...