17 de abril de 2013

Vou te contar...

Das coisas que te quero dar, tantas estrelas e saudades para compartilhar. O fundamental é mesmo a tua companhia, de todas as ausências, a tua é a que não suporto. Precisando respirar, vou em ti buscar meu alento. Encontrar minhas possibilidades no vislumbre da tua beleza, sentir o teus aromas, a cada despertar que compartilharmos. Sozinho não quero mais, é preciso dividir nossas dores.

Daquilo que me pedes, não sinto limites para teus desejos. Sou teu desejo em si. A consciência alheia de minhas vontades pertence aos teus anseios. É demais, mas é o que pede meu peito, é a fluência dos meus sentidos centrado em única sensação: o anseio de ti.
Na minha ronda pela tua presença, um vazio caminha naquilo que chamo de meu corpo. No que resta do meu brio, são teus breves vestígios que me regam a alma. A alma que por ti permanece.

Na distância é difícil ver tudo isto. Mas de perto a desolação é obtusa, sonegada. Diferente, pois, não seria. De outra forma, aproxima-te de mim que renasço. Me abrigo em ti e compartilharemos as estrelas e as constelações. 

Veremos o teu Carneiro de Áries altivo entre o Touro e Peixes. Sob as estrelas, e nenhuma outra testemunha, vou te contar mil segredos dos mundos que vi, das terras de Hades às planícies de Hera.

Com tuas mãos dentre as minhas, selaremos o cavalo alado e margearemos o Erídano. Nossa derradeira viagem nunca chegará: viveremos no conto dos poetas, na prosa do desocupados e, ignorantes destes, ocuparemos nosso próprio locus na infinitude das luzes eternas.

Difícil decolagem.

Em um país repleto de limitações institucionais, recheado com uma sociedade das mais desiguais que existe sobre a face do globo terrestre,...